BRASÍLIA (Reuters) - A dívida pública federal recuou 3,01 por cento em abril sobre março, a 2,800 trilhões de reais, a primeira queda no estoque da dívida desde janeiro diante do elevado vencimentos de títulos públicos.
Com isso, a dívida interna caiu 3,03 por cento no período, informou o Tesouro Nacional nesta sexta-feira, a 2,670 trilhões de reais, na esteira do resgate líquido de 107,98 bilhões de reais, descontado pela apropriação positiva de juros de 24,67 bilhões de reais.
O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Leandro Secunho, afirmou que a redução dos estoques já era "amplamente esperada" em função do vencimento elevado de LTNs em 1º de abril.
Ainda segundo o Tesouro, a dívida externa recuou 2,70 por cento na mesma base de comparação, a 129,60 bilhões de reais, afetada pela queda de 4,34 por cento do dólar sobre o real.
Para o ano, o Tesouro fixou intervalo de 3,1 trilhões a 3,3 trilhões de reais para a dívida pública total, segundo o Plano Anual de Financiamento (PAF).
COMPOSIÇÃO
Em abril, os títulos corrigidos pela Selic passaram a responder por 26,16 por cento do total da dívida, acima dos 24,92 por cento de março. O Tesouro estima que essa representatividade encerrará o ano entre 30 a 34 por cento. No mercado, os papéis pós-fixados são mais demandados em momentos de percepção de aumento de risco pelos investidores.
Encerrado o quarto mês do ano, os títulos corrigidos pela inflação responderam pelo maior peso na dívida, tomando o lugar dos prefixados: 34,55 por cento do total, sobre 33,08 por cento no mês anterior
Os papéis prefixados, por sua vez, representaram 34,48 por cento do total, abaixo dos 37,17 por cento de março.
O Tesouro estabeleceu como meta para 2016 um intervalo de 31 a 35 por cento para os títulos prefixados e de 29 a 33 por cento para os papéis atrelados à inflação.
Em abril, a participação dos investidores estrangeiros em títulos da dívida interna subiu a 17,39 por cento, ante 16,73 por cento em março.
(Por Marcela Ayres)