BERLIM (Reuters) - A confiança das empresas alemãs teve uma inesperada piora em janeiro, caindo pelo segundo mês seguido, em um momento no qual a maior economia da Europa tenta evitar uma recessão e o curto período de otimismo dá lugar à expectativa de que vem mais um ano fraco pela frente. O instituto Ifo disse que seu índice de clima de negócios caiu para 85,2, contra 86,3 em dezembro. Especialistas em pesquisa da Reuters esperavam uma melhora no índice para 86,7 em janeiro. "A economia alemã está presa na recessão", afirmou o presidente da Ifo, Clemens Fuest. O Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha caiu 0,3% em 2023. "A tentativa de retomar o otimismo no outono passado (no Hesmifério Norte) teve vida muito curta", disse Carsten Brzeski, economista do ING, prevendo mais uma recessão de -0,3% em 2024.
No ano passado, o cenário econômico alemão foi afetado pela inflação, pela alta nos preços da energia e por uma demanda externa mais fraca. Ainda houve um problema fiscal que levou a grandes cortes de subsídios e abalou a instável coalizão que governa a Alemanha.
O começo deste ano ainda trouxe protestos de agricultores e greves no sistema de trens, com crescente descontentamento com as políticas econômicas do chanceler, Olaf Scholz.
Na quarta-feira, o Ifo revisou para baixo sua expectativa de crescimento para 2024, com uma previsão de recuperação de apenas 0,7% neste ano.
Para realçar ainda mais as dificuldades econômicas locais, particularmente no setor imobiliário, dados divulgados nesta quinta-feira mostraram que as compras da construção civil caíram 7,4% em novembro na comparação mensal.
(Reportagem de Rachel More, Rene Wagner e Reinhard Becker)