SÃO PAULO (Reuters) - Economistas passaram a ver mais afrouxamento monetário neste ano e no próximo, em meio a estimativas cada vez mais fracas para o crescimento do Brasil, de acordo com a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira.
O levantamento semanal apontou que o mercado vê agora a taxa básica de juros Selic a 5,50% em 2019, de 5,75% antes. Com isso, a estimativa se alinha ao cenário visto pelo Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, que já havia reduzido sua previsão na semana anterior.
Atualmente a Selic está no piso histórico de 6,5 por cento e os economistas consultados veem quatro cortes seguidos de 0,25%, um em cada reunião restante neste ano, de três cortes antes.
Para 2020 a conta para os juros básicos caiu a 6,00% tanto para o mercado como um todo quanto para o Top-5, de 6,50% e 6,25% antes respectivamente.
Na semana passada, o BC reduziu sua projeção de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2019 para 0,8%, de 2,0%, e reforçou sua mensagem de condicionar novos cortes de juros a avanços na reforma da Previdência.[nL2N23Y0D1]
No Focus, a perspectiva de expansão do PIB neste ano caiu 0,02 ponto percentual, a 0,85%, permanecendo em 2,20% para 2020.
Quanto à inflação, o ajuste também foi para baixo, com a alta do IPCA calculada a 3,80% em 2019 e 3,91% em 2020, respectivamente de 3,82% e 3,95% no levantamento anterior.
O centro da meta oficial de 2019 é de 4,25 por cento e, de 2020, de 4 por cento, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
(Por Camila Moreira)