SÃO PAULO (Reuters) - Economistas de instituições financeiras reduziram suas projeções para a inflação neste ano, mas elevaram pela terceira semana consecutiva as estimativas para o ano que vem, mostrou nesta segunda-feira a pesquisa Focus do Banco Central.
O levantamento mostra que o IPCA, índice oficial de inflação do Brasil, deve subir 9,29 por cento neste ano e 5,50 por cento no próximo, ante 9,32 por cento e 5,44 por cento, respectivamente, na pesquisa divulgada na semana passada.
O Focus também mostrou contração econômica maior neste ano e no seguinte, dando continuidade à tendência das últimas semanas. Segundo economistas, o Produto Interno Bruto (PIB) deve contrair 2,06 por cento neste ano e 0,24 por cento no próximo. No levantamento anterior, as estimativas eram de recuo de 2,01 por cento e 0,15 por cento.
O Índice de Atividade do Banco Central, considerado uma espécie de indicador do PIB, apontou na semana passada que a economia brasileira está em recessão, com três trimestres seguidos de queda na atividade, em um ambiente de confiança econômica e instabilidade política.
Nesse contexto, economistas ajustaram para cima sua previsão para a taxa básica de juros no ano que vem, para 12 por cento, ante 11,88 por cento na pesquisa anterior. Para o final deste ano, as projeções se mantiveram em 14,25 por cento.
O BC tem sinalizado que não pretende voltar a elevar os juros tão cedo, mas ressaltado que é necessário permanecer vigilante.
Na sexta-feira, o diretor de Política Econômica do BC, Luis Awazu, disse que a política monetária terá viés conservador por período prolongado e que é preciso "muita calma", "sangue frio", "paciência" e "perseverança" nesse
(Por Bruno Federowski)