SÃO PAULO (Reuters) - Economistas de instituições financeiras passaram a ver mais uma alta na Selic em junho mas mantiveram a perspectiva para a taxa básica de juros no final de 2015, em um ambiente de inflação cada vez mais pressionada, dólar alto e atividade em queda.
A pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira mostrou que os economistas veem manutenção do ritmo de aperto da taxa básica de juros, atualmente em 12,75 por cento, na reunião de abril do Comitê de Política Monetária (Copom), indo a 13,25 por cento.
Mas passaram a ver nova elevação, de 0,25 ponto, na reunião de junho, com a Selic sofrendo corte em novembro para terminar o ano no patamar de 13,25 por cento.
Na semana anterior os especialistas já projetavam a alta de 0,50 ponto percentual em abril, mas viam mais uma alta de 0,25 ponto em julho, e um corte mais cedo.
Em relação a 2016, a mediana das projeções no Focus continua apontando a Selic a 11,50 por cento.
Entretanto, o Top-5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, vê aperto maior, com a taxa de juros encerrando a 13,75 por cento em 2015 e a 12,00 por cento em 2016, em projeções inalteradas.
As expectativas de aperto monetário ocorrem em meio a um cenário de inflação acima de 8 por cento. Os economistas consultados projetam que o IPCA encerrará 2015 a 8,20 por cento, 0,07 ponto percentual a mais do que no levantamento anterior.
Para o avanço dos preços administrados neste ano, a expectativa permaneceu em 13,00 por cento.
O Focus mostrou ainda que para o final de 2016, a projeção é de alta de 5,60 por cento do IPCA, com avanço de 5,50 por cento dos administrados, expectativas inalteradas.
Também voltaram a subir as projeções para o dólar, um dos fatores de pressão inflacionária. Para o fim de 2015 a expectativa foi a 3,25 reais, contra 3,20 reais na pesquisa anterior, e para 2016 os economistas consultados veem a moeda norte-americana a 3,30 reais, ante 3,23 reais.
Sobre a atividade econômica, a projeção no Focus para este ano do Produto Interno Bruto (PIB) foi ajustada a uma contração de 1,01 por cento, ante queda de 1,00 por cento na pesquisa anterior.
Para 2016, a projeção melhorou pela primeira vez após quatro semanas, para uma expansão de 1,10 por cento do PIB, ante 1,05 por cento.
(Por Camila Moreira)