Investing.com - Os bancos europeus seguem atentos ao cenário dramático de Credit Suisse (SIX:CSGN). Com o temor de uma crise em efeito dominó, executivos destas instituições estão pedindo às autoridades do Banco Central Europeu que adiem a alta de 0,50 pp nos juros da zona do euro já previsto pelo banco, uma vez que a decisão sairia nesta quinta-feira (16).
No entanto, de acordo com fontes, o BCE está devolvendo com questionamentos sobre a exposição destas instituições ao banco. A consulta veio após a ação do Credit Suisse despencar na Bolsa de Zurique nesta quarta-feira, arrastando os papéis de outros grandes bancos europeus em meio a temores de contágio financeiro.
Uma porta-voz do BCE se recusou a comentar o assunto.
O Credit Suisse é classificado como instituição financeira "sistemicamente importante", segundo regras bancárias internacionais criadas após a falência do Lehman Brothers.
Essa designação exige que o banco detenha quantidades maiores de capital e mantenha planos para uma liquidação ordenada de suas operações caso venha a ter problemas.
Os principais reguladores do Credit Suisse estão na Suíça, mas por contar com operações na Europa, no Reino Unido, na Ásia e nos EUA, o banco suíço também é monitorado de perto por autoridades locais.
"Não podemos, porque iríamos acima de 10%. É uma questão regulatória", disse o presidente do conselho de administração do Saudi National Bank, Ammar Al Khudairy, nesta quarta-feira.
O banco saudita adquiriu uma fatia de quase 10% no ano passado depois de participar do aumento de capital do Credit Suisse e se comprometeu a investir até 1,5 bilhão de francos suíços (1,5 bilhão de dólares) na instituição.
O tombo das ações do Credit Suisse pressionava os mercados de ações de forma geral, uma vez que reacende parte do nervosismo entre os investidores sobre a resiliência do sistema bancário global após o colapso do norte-americano SVB Financial Group (NASDAQ:SIVB) no final de semana.
Falando em uma conferência do Morgan Stanley (NYSE:NYSE:MS) nesta quarta-feira, Ralph Hamers, presidente-executivo do rival suíço UBS, disse que o banco se beneficiou da recente turbulência do mercado e viu entradas de dinheiro.
"Nos últimos dias, como você pode esperar, vimos fluxos de entrada", disse Hamers. "É claramente uma fuga para a segurança, mas acho que três dias não são uma tendência."
O Credit Suisse publicou na terça-feira seu relatório anual de 2022 dizendo que o banco identificou "fraquezas materiais" nos controles sobre relatórios financeiros e que as saídas de clientes ainda não acabaram.
O segundo maior banco da Suíça está tentando se recuperar de uma série de escândalos que minaram a confiança de investidores e clientes. As saídas de clientes no quarto trimestre aumentaram para mais de 110 bilhões de francos suíços (120 bilhões de dólares).
Com Reuters