Datagro - Além do desabastecimento de diversas mercadorias, a greve dos caminhoneiros, realizada no último mês, pressionou o preço dos alimentos no estado de São Paulo.
"Esse movimento causou sérias dificuldades para o abastecimento de alimentos, influenciando sua comercialização e provocando variações significativas nos preços de certos alimentos, afirma Vagner Azarias Martins, pesquisador do Instituto de Economia Agrícola (IEA).
A variação dos gastos médios dispendidos por uma família composta por 4 pessoas em média foi de 0,50% em maio, quando comparados com os efetuados no mês anterior. Em maio, o dispêndio com os produtos de origem animal foi -0,57% menor que o de abril. “O pico de preços foi observado na 4ª semana do mês, período de intensificação da paralisação. O preço médio do frango inteiro foi o que sofreu a maior variação do subgrupo entre a 2ª e a 4ª semana (28,34%)”, destaca o pesquisador.
Por outro lado, os produtos de origem vegetal contribuíram em 1,60% para a composição do índice total, sendo que o principal destaque foi a variação de 11,98% na compra de hortaliças. A cebola, por exemplo, fechou o mês de abril a R$ 4,02/kg, mas, já na 1ª semana de maio alcançou preço médio de R$ 6,31, essa variação pode ser explicada pela entressafra do produto e pelo aumento da cotação do dólar que influenciou a importação da cebola estrangeira. Na última semana, o preço médio foi de R$ 7,27, nesse caso é possível afirmar que o aumento foi causado pela paralisação.
Quanto às Frutas, o pesquisador destaca o comportamento dos preços médios da banana nanica, mamão e laranja. Os primeiros são frutas que estão no período safra, por tanto, espera-se redução de preços, e de fato ocorreu queda de preços no mês de maio comparado a abril, contudo, mesmo em período favorável ocorreram aumentos significativos entre a 2ª e a 4ª semana do levantamento, para a banana nanica o preço médio passou de R$ 6,06/dz para R$ 7,22/dz; no mamão, o preço médio da 2ª semana foi R$ 4,89/kg e na 4ª subiu para R$ 6,84 o quilo. A laranja pera está em entressafra, portanto a variação positiva era esperada; contudo, o aumento de 25,16% da 2ª para a 4ª semana foi muito grande, possivelmente causado pela paralisação dos caminhoneiros).