LONDRES (Reuters) - Dezenas de milhares de enfermeiros britânicos intensificarão sua greve no próximo mês com paralisações mais longas envolvendo trabalhadores antes isentos, disse o sindicato de enfermeiros nesta quinta-feira, enquanto permanecem em disputa com o governo por causa de salários.
O sindicato de enfermeiros Royal College of Nursing (RCN) disse que sua próxima greve durará 48 horas contínuas a partir das 06h (no horário local) de 1º de março e envolverá equipes de enfermagem que trabalham em departamentos de emergência, unidades de terapia intensiva, tratamento de câncer e outros serviços que não participaram das greves anteriores.
Diversas greves de dois dias realizadas pelo RCN em dezembro, janeiro e no início deste mês, duraram apenas 12 horas por dia.
"No início, pedimos a milhares (de enfermeiros) que continuassem trabalhando durante as greves, mas está claro que isso só prolonga a disputa", disse a secretária-geral do RCN, Pat Cullen, acrescentando que nenhuma área do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido ficará sem ser afetada.
O Reino Unido enfrenta sua maior onda de greves em décadas, envolvendo centenas de milhares de trabalhadores de uma variedade de profissões e aumentando a pressão sobre o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, para resolver as disputas, muitas das quais envolvem o setor público.
O governo tem alegado que tais aumentos salariais só inflamariam ainda mais a inflação, causando aumento nas taxas de juros e de hipotecas.
"Ao se recusar a negociar com os enfermeiros, o primeiro-ministro está empurrando ainda mais pessoas para a greve. Ele deve ouvir os líderes do Serviço Nacional de Saúde e não permitir que isso continue", disse Cullen.
(Reportagem de Sachin Ravikumar)