Edimburgo (Reino Unido), 14 jan (EFE).- O Governo escocês pediu nesta segunda-feira que o Executivo britânico esclareça como serão financiados setores como pesca e silvicultura, que atualmente recebem grandes contribuições da União Europeia (UE), uma vez que o Reino Unido deixe o bloco em 29 de março.
Antes de participar de uma reunião entre o Ministério britânico de Meio Ambiente e Assuntos Rurais e as administrações regionais, o titular escocês de Economia Rural, Fergus Ewing, afirmou que o Gabinete de Theresa May deve explicar como estes setores serão financiados, já que há um medo latente de perder as verbas atuais.
"É evidente o possível impacto negativo do brexit na economia rural da Escócia. Isto contrasta com a falta de clareza do Governo britânico em resposta ao meu pedido de garantias de que o Estado proporcionará um financiamento justo a nossos pescadores e silvicultores para substituir as ajudas da UE", afirmou.
Segundo os acordos atuais, tanta a pesca como a silvicultura, que engloba a gestão das florestas, recebem grandes investimentos por parte dos esquemas de financiamento da UE, como o Fundo Europeu Marítimo e de Pesca (FEMP) e os fundos de desenvolvimento rural da Política Agrária Comum (PAC).
Segundo Ewing, o Executivo central deveria proporcionar mais financiamento para oferecer "um investimento muito necessário em uma variedade de áreas, incluída a infraestrutura marítima em portos de todo o país".
Especialmente, a silvicultura deveria contar com estes fundos imediatamente, já que, de acordo com o ministro escocês, seus projetos se desenvolvem a longo prazo.
"É absolutamente essencial para um setor onde os projetos são executados durante anos e décadas ao invés de dias e semanas", apontou, ao precisar que um atraso na chegada de fundos pode provocar a perda de empregos e o não cumprimento dos objetivos encaminhados a diminuir a mudança climática.
A Câmara dos Comuns vota amanhã o acordo do brexit negociado por May com a UE, mas espera-se que a líder perderá a votação porque muitos deputados de seu partido, o Conservador, anteciparam que votarão contra o documento em descontentamento com a salvaguarda (ou"garantia") sobre a fronteira irlandesa.