Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - O mercado segue vendo mais alívio na inflação brasileira este ano em meio a medidas do governo para conter a alta dos preços e reduções nos custos de combustíveis, enquanto a perspectiva de crescimento econômico melhorou para 2022 mas seguiu piorando para 2023.
A pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira mostrou que os especialistas veem agora alta do IPCA este ano de 6,70%, contra 6,82% no levantamento anterior.
A perspectiva para os preços administrados passou a queda de 1,96%, de recuo de 1,80% antes, depois de medidas como a imposição de teto para as alíquotas de ICMS e, mais recentemente, reduções de preços de combustíveis anunciadas pela Petrobras (BVMF:PETR4) nas refinarias.
Para o ano que vem, a inflação deve ficar em 5,30%, um recuo de 0,03 ponto percentual ante o levantamento da semana anterior, com alívio de 0,12 ponto na perspectiva para o avanço dos preços administrados, a 6,7%.
Nos dois casos, entretanto, a inflação terminaria acima do teto da meta oficial, que é de 3,5% para 2022 e de 3,25% para 2023, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Para a atividade, as mudanças no Focus mostraram direções divergentes. A previsão é de que Produto Interno Bruto (PIB) cresça 2,10% este ano, desacelerando a 0,37% em 2023. Enquanto a previsão para 2022 melhorou em 0,08 ponto percentual, para o próximo piorou em 0,02 ponto.
A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda manutenção do cenário para a taxa básica de juros, com a Selic calculada em 13,75% ao final de 2022 e em 11,00% em 2023.