Investing.com - A economia dos EUA criou somente 12 mil empregos não-agrícolas em outubro, segundo informou o relatório payroll do Departamento de Trabalho na manhã desta sexta-feira, 01º de novembro. O número veio muito abaixo do esperado, que era de 106 mil vagas, e do dado anterior de 223 mil (revisado de 254 mil).
“O emprego continuou a registar tendência de aumento nos cuidados de saúde e no governo. Serviços de ajuda temporária tiveram empregos perdidos. O emprego diminuiu na indústria devido à atividade grevista”, disse o relatório.
Os dados registrados no mês de outubro são os primeiros recolhidos desde a ocorrência dos furacões Helene e Milton, que atingiram os Estados Unidos. “Esses furacões causaram graves danos na parte sudeste do país”, completou o documento.
A taxa de desemprego ficou estável em 4,1%, conforme esperado pelo mercado. Já a taxa de participação de trabalhadores na PEA caiu de 62,7%, que era o previsto, para 62,6%. Enquanto isso, a expansão do ganho médio por hora trabalhada foi de 0,4%, abaixo dos 0,3% esperados e do dado anterior de 0,3% (revisado de 0,4%).
Após a divulgação dos dados, às 9h39 (de Brasília), os futuros da Nasdaq 100 Futuros subiam 0,56%, enquanto os da S&P 500 Futuros ganhavam 0,47%, e Dow Jones Futuros estava em alta de 0,46%. O Ibovespa Futuros registrava alta de 0,14% e o dólar no Brasil caía 0,26% a R$5,7714.
O dado pegou o mercado de surpresa, disse Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos. “Logo que o dado saiu, o dólar despencou no mundo e os índices subiram bem no mundo com a expectativa de uma queda maior nas taxas de juros dos Estados Unidos”.
Na opinião de Marcos Moreira, sócio da WMS Capital, no entanto, a leitura muito abaixo do previsto eleva o risco de um mercado de trabalho desacelerando mais rápido que o esperado.
“O melhor cenário para o Fed não é de um mercado de trabalho deteriorando rapidamente, o que é um grande risco para a atividade econômica, mas também não é o ideal um cenário de forte criação de emprego e taxa de desemprego em níveis historicamente baixos, o que também poderá ser um grande risco para o processo de desinflação”, alerta o especialista.