BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse nesta quinta-feira que o ingresso de Joaquim Levy na equipe econômica significa que ele está aderindo ao projeto de economia do governo e não que um programa pessoal dele esteja sendo aceito pelo Executivo.
Carvalho é o primeiro ministro do governo a falar abertamente do ingresso de Joaquim Levy na equipe econômica. Até agora, outras fontes do governo preferiam falar sob condição de anonimato sobre o tema.
Levy deve ser anunciado como novo ministro da Fazenda nesta quinta, quando também deve ser divulgado que Nelson Barbosa será o novo ministro do Planejamento. Deve ser anunciada ainda a manutenção de Alexandre Tombini no comando do Banco Central.
"Sinceramente só vejo com bons olhos a nomeação do Levy", disse Carvalho a jornalistas ao chegar ao seminário Agenda Futura da Participação Social, em Brasília.
"E é evidente que, ao aceitar ser ministro desse projeto, ele está aderindo a esse projeto e à filosofia econômica desse projeto. O nome dele é importante porque pela trajetória dele, ele traz uma credibilidade, ele contribui com o nosso projeto", acrescentou o ministro.
Apesar de serem anunciados nesta quinta como novos ministros, Levy e Barbosa não tomarão posse imediatamente. Eles devem fazer uma transição com a atual equipe econômica e, provavelmente, tomar posse em janeiro junto com os demais ministros, segundo disse à Reuters uma fonte do governo.
Carvalho afirmou ainda que Levy não chega ao governo com um programa que será seguido. A política econômica, segundo o ministro, continuará sendo ditada pela presidente Dilma Rousseff.
"É a coisa mais natural do mundo que se faça a discussão das medidas sempre a partir da presidenta. Não vamos esquecer disso: o ministro não é o presidente. Um ministro não toma decisões autônomas", afirmou.
"Quem dá a cor do projeto é a presidenta e ela deixou claro na campanha e nos últimos quatro anos qual o nosso projeto, que é a continuidade desse projeto, que é o crescimento com inclusão social, a distribuição de renda", acrescentou.
"O Joaquim não tem um programa pessoal... não há nenhuma submissão da presidenta Dilma a nenhum ministro."
(Reportagem de Jeferson Ribeiro)