Por Howard Schneider
NOVA YORK (Reuters) - A atual inflação elevada requer um "reposicionamento substancial" da política monetária do Federal Reserve, mas não tanto a ponto de isso restringir a economia e destruir o emprego, disse o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, nesta sexta-feira.
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Em declarações preparadas, Evans expôs o caso de que as pressões de preços ainda podem recuar por conta própria, sem altas agressivas nos juros pelo Fed.
Ele não deu detalhes sobre o que acha que o Fed deve fazer na reunião de março ou nas próximas ao longo do ano nem entrou no debate sobre se as autoridades deveriam começar com um aumento maior que o usual para dar início ao processo de altas de juros.
A magnitude comum é 0,25 ponto percentual, mas no mercado há quem veja o Fed elevando o juro em 0,50 ponto.
Evans acrescentou que fez os comentários com a intenção de fornecer "disciplina contra palpites assustadores de que o mundo está prestes a acabar", com o Fed perdendo o controle da inflação e disposto a aceitar fortes aumentos no desemprego ou até mesmo uma recessão para domá-la.
"Nossa configuração atual de política monetária está errada em relação ao atual aumento acentuado da inflação", disse Evans em uma conferência organizada pela Booth School of Business da Universidade de Chicago.
No entanto, eliminando os efeitos da pandemia e da cadeia de suprimentos, que provavelmente desaparecerão, "pela minha leitura a inflação subjacente parece ainda estar bem ancorada em níveis consistentes com o objetivo médio de 2% do Fed", disse.
Como resultado, "vejo que nossa situação atual de política (monetária) pode exigir menos restrições financeiras em comparação com episódios do passado e representa um risco menor" para o emprego e o crescimento do que o necessário nas décadas de 1970 e 1980 para corrigir surtos de inflação, disse ele.
(Reportagem de Howard Schneider)