Por Rajendra Jadhav
MUMBAI (Reuters) - Usinas de açúcar indianas têm renegociado e ficado inadimplentes em contratos para fornecer 400.000 toneladas do adoçante a compradores estrangeiros, já que os preços dispararam depois que o governo cortou a cota de exportação deste ano, disseram cinco negociantes à Reuters.
As renegociações e inadimplência das usinas da Índia, segundo maior exportador mundial de açúcar, podem sustentar os preços globais da commodity.
As usinas começaram a vender açúcar para casas comerciais no final de agosto e assinaram acordos para fornecer cerca de 2 milhões de toneladas de açúcar para exportação antes mesmo de Nova Délhi aprovar uma cota de exportação de 6 milhões de toneladas no início deste mês.
"Algumas usinas que assinaram acordos com antecedência não estão honrando os contratos. Elas estão ameaçando entrar em default a menos que os compradores estejam prontos para renegociar a preços mais altos", disse um negociante de Mumbai com uma trading global.
Quatro outras fontes confirmaram que os acordos de exportação foram renegociados ou registram inadimplência, recusando-se a ser identificados por causa da política de suas empresas em falar com a imprensa.
Dois meses atrás, usinas no estado de Maharashtra, no oeste, e na vizinha Karnataka vendiam açúcar a cerca de 34.000 rúpias (420 dólares) por tonelada para casas comerciais, mas agora os preços ultrapassaram 37.000 rúpias, levando algumas usinas a se afastarem dos acordos, disse outro comerciante de Mumbai.
Os preços do açúcar indiano subiram com a depreciação da rúpia para uma mínima recorde. Também foram impactados pela alta dos preços globais depois que a Índia alocou sua cota de exportação de 6 milhões de toneladas, abaixo das exportações do ano passado de mais de 11 milhões de toneladas.
A Índia exporta açúcar principalmente para a Indonésia, Bangladesh, Iraque, Malásia, Emirados Árabes Unidos e países africanos.
(Reportagem de Rajendra Jadhav)