Por Balazs Koranyi e Francesco Canepa
FRANKFURT (Reuters) - O Federal Reserve estabeleceu sua política monetária para cumprir a meta do banco de 2% de inflação e há margem para aumentar ligeiramente a taxa de juros nos próximos anos se a economia continuar a crescer, disse o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, nesta terça-feira.
O Fed reduziu os juros duas vezes este ano, uma vez que as empresas norte-americanas foram afetadas por crescentes tensões comerciais com a China, risco político - incluindo o caótico divórcio do Reino Unido da União Europeia - e enfraquecimento do crescimento econômico na Alemanha e em outros países.
Evans disse que isso está colocando a inflação no caminho de acelerar para 2,2% até 2021, enquanto a economia dos EUA continuará a crescer de acordo com sua tendência de longo prazo, criando margem para aumentar a taxa básica de juros do Fed nos próximos anos.
"Nesse ambiente, eu vejo a taxa de juros aumentando um pouco até o final do nosso período previsto", disse Evans a repórteres em Frankfurt.
Isso deixaria a taxa de referência "apenas um pouco abaixo do que eu acho que é o nível neutro", acrescentou.
O chairman do Fed, Jerome Powell, disse que os recentes cortes na taxa representaram um "ajuste de meio de ciclo" na política projetada para sustentar a expansão norte-americana.
Embora algumas autoridades do Fed acreditem que ainda serão necessários mais cortes nos juros, Evans endossou a visão de Powell nesta terça-feira.
"Concluí que a situação pedia que reduzíssemos a taxa de juros em 50 a 75 pontos-base abaixo da taxa neutra de longo prazo e deixássemos a política inalterada por um tempo", disse Evans em discurso em um escritório regional do banco central da Alemanha.
Ele, como muitos de seus colegas, pensava até recentemente que, com o desemprego perto de mínimas de 50 anos, o Fed poderia elevar os juros acima de 3% este ano e ainda a sua meta de inflação de 2%.