Por Howard Schneider e Ann Saphir
JACKSON HOLE, Estados Unidos (Reuters) - A presidente do Federal Reserve de Boston, Susan Collins, expressou nesta quinta-feira sua confiança de que o banco central dos Estados Unidos conseguirá reduzir a inflação sem desencadear uma recessão, e sinalizou seu apoio ao início dos cortes na taxa básica de juros no próximo mês.
"Acho que há um caminho claro para atingir nossas metas sem uma desaceleração desnecessária e com um mercado de trabalho que continua saudável", disse Collins em entrevista à Reuters em Jackson Hole, no Estado norte-americano de Wyoming, onde os autoridades de bancos centrais globais estão reunidos para o simpósio econômico anual do Fed de Kansas City.
"A importância de preservar o mercado de trabalho saudável à medida que continuamos a reduzir a inflação é uma das razões pelas quais o momento me parece apropriado para começar a flexibilizar."
A expectativa é de que o Fed comece a reduzir a taxa básica em sua reunião de política monetária de 17 e 18 de setembro, marcando um importante ponto de inflexão em sua batalha contra a inflação.
Collins não quis comentar sobre as chances de o Fed iniciar seu ciclo de flexibilização com um corte de 0,50 ponto percentual na taxa de juros, em vez do movimento mais comum de 0,25 de ponto percentual, mas sua ênfase na saúde do mercado de trabalho e o apelo por uma abordagem "gradual e metódica" para ajustar a política monetária sugerem que ela está inclinada a uma redução menor nos custos dos empréstimos.
"É importante falar sobre a gama de dados que estamos vendo e que demonstram um mercado de trabalho saudável em geral", disse Collins, observando que as vagas de emprego diminuíram, a redução nos ganhos mensais de emprego está sendo impulsionada principalmente por uma desaceleração nas contratações, em vez de um aumento nas demissões em massa, e a taxa de desemprego, de 4,3%, ainda é baixa.
"O reequilíbrio ordenado que temos visto tem sido encorajador e muito útil em geral, e uma abordagem metódica gradual para revisar nossa postura de política monetária ao longo do tempo, acredito, continuará a ser apropriada", disse ela. "Estamos bem posicionados e... é importante preservar esse mercado de trabalho saudável enquanto continuamos a reduzir a inflação."
(Por Ann Saphir)