Por Pete Schroeder
WASHINGTON (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) aumentou seus alertas para o mercado de dívida corporativa nesta quarta-feira, conforme os investidores buscam por mais retorno em ativos de maior risco após cortes recentes nas taxas de juros por bancos centrais.
O FMI, cujas reuniões com o Banco Mundial começam em Washington nesta semana, também alertou que os principais fatores de risco de queda da economia global são as tensões comerciais e a incerteza política.
Um grande evento geopolítico, como a saída do Reino Unido da União Europeia sem um novo acordo, poderá provocar um forte aperto nas condições financeiras, disse o FMI em seu relatório semestral Estabilidade Financeira Global.
O FMI e outras autoridades econômicas manifestaram preocupação com os altos níveis de dívida corporativa no passado. Mas o grupo afirmou nesta quarta-feira que as tentativas dos bancos centrais em todo o mundo de reduzir as taxas de juros para combater os riscos econômicos imediatos exacerbaram a situação, levando a níveis "preocupantes" de dívida com baixa qualidade de crédito e aumentando as vulnerabilidades financeiras no médio prazo.
"Com os juros permanecendo mais baixos por mais tempo, as condições financeiras diminuíram, ajudando a enfrentar os riscos negativos e apoiar o crescimento global por enquanto", disse o diretor de mercados de capitais do FMI, Tobias Adrian. "Mas condições financeiras frouxas incentivaram os investidores a assumir mais riscos."
O FMI alertou que 40% de toda a dívida corporativa nas principais economias poderá ser considerada "em risco" em outra crise global, superando os níveis observados durante a crise financeira de 2008-2009.
Os investidores podem estar "excessivamente complacentes" com os riscos negativos neste final do ciclo econômico, alertou o FMI. Na terça-feira, o FMI reduziu sua projeção de crescimento global de 2019 para o nível mais baixo desde a crise financeira, em grande parte devido a disputas comerciais em andamento.