Washington, 4 out (EFE).- O crescimento econômico mundial continua baixo, com estimativa de 3,1% para 2016 e de 3,4% para 2017, sem mudanças em relação às últimas previsões divulgadas em julho, devido à revisão para baixo da expansão do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos e pelas consequências negativas do "Brexit" para o Reino Unido, indicou nesta terça-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI).
"Essas projeções refletem perspectivas de crescimento mais fracas nas economias avançadas após o voto britânico para deixar a União Europeia (conhecido como 'Brexit') e devido ao crescimento menor que o esperado nos EUA", assinalou Maurice Obstfeld, economista-chefe do FMI, na apresentação do relatório da organização "Perspectivas Econômicas Globais".
A maior redução das estimativas de crescimento econômico foi registrada nos Estados Unidos, a maior economia do mundo, que deve crescer 1,6% este ano e 2,2% em 2017, seis e três décimos a menos que o calculado há três meses.
O rebaixamento nos EUA responde a um primeiro semestre "decepcionante" devido aos baixos investimentos empresariais e ao "ritmo decrescente" nos estoques.
O Reino Unido, por sua vez, verá seu crescimento cair paulatinamente para 1,8% em 2016, e para 1,1% em 2017, após os 2,2% registrados em 2015.
"A incerteza sobre o referendo do 'Brexit' afetará a confiança dos investidores", opinou Obstfeld.
Na zona do euro, o crescimento também segue fraco, com 1,7% este ano e 1,5% em 2017, em ambos os casos um décimo a mais que o previsto em julho, mas abaixo dos 2% registrados em 2015.
Já nas economias emergentes, o impulso volta a ganhar força após cinco anos consecutivos de desaceleração e é esperado um crescimento de 4,2% este ano (o mesmo previsto em julho) e de 4,6% em 2017 (um décimo a mais que a última estimativa).
As perspectivas para a China se mantêm sem mudanças, com uma expansão do PIB de 6,6% para este ano e de 6,2% para o próximo; enquanto na Índia o crescimento foi revisado para cima, com 7,6% em 2016 e 2017, dois décimos acima do previsto em julho em ambos os casos.
A divulgação do relatório acontece pouco antes da assembleia anual do FMI e do Banco Mundial (BM), que será realizada esta semana em Washington.