Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional melhorou ligeiramente sua projeção para o crescimento da economia brasileira em 2024, citando demanda doméstica e crescimento acima do esperado de parceiros comerciais.
A projeção agora é de que o Brasil crescerá 1,7% em 2024, 0,2 ponto percentual a mais do que na estimativa feita em outubro, mostrou nesta terça-feira a atualização do relatório Perspectiva Econômica Global do FMI.
Ao mesmo tempo, o Fundo manteve a estimativa de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 3,1% em 2023 e vê em 2025 uma expansão de 1,9%.
"(A revisão para cima em 2024) deve-se principalmente a efeitos de carregamento estatístico de uma demanda doméstica mais forte do que o esperado e crescimento acima do esperado em grandes parceiros comerciais em 2023", disse o FMI no relatório, citando ainda a revisão para cima em 0,6 ponto percentual da estimativa para o México, cujo crescimento está agora previsto em 2,7% para este ano.
Depois de surpreender no primeiro semestre de 2023 e mostrar resiliência no terceiro trimestre, analistas avaliam que a economia brasileira teria terminado 2023 rondando a estagnação em meio aos efeitos dos juros elevados, ainda que tenha se favorecido de um mercado de trabalho apertado e alívio na inflação.
Desde agosto o Banco Central reduziu a Selic de 13,75% para o atual patamar de 11,75%, e a expectativa é de mais um corte de 0,5 ponto na quarta-feira, em sua primeira decisão do ano.
O IBGE divulgará em 1 de março os dados do PIB no quarto trimestre e do acumulado de 2023. A estimativa do FMI para 2023 está em linha com os números do governo e do BC, que veem expansão de 3,0% no período.
Para 2024, a autoridade monetária prevê crescimento de 1,7%, enquanto o Ministério da Fazenda espera expansão de 2,2%. Ambas as contas deverão ser revisadas em março.
Apesar das revisões positivas tanto para Brasil quanto para o México este ano, o cenário para a América Latina e Caribe piorou. A estimativa para o crescimento da região é de desaceleração de 2,5% em 2023 para 1,9% em 2024, com redução de 0,4 ponto percentual na conta para este ano. Em 2025, a economia da região deve se recuperar e ter expansão de 2,5%.
"A revisão para 2024 reflete contração na Argentina no contexto de ajustes significativos para restaurar a estabilidade macroeconômica", apontou o FMI.
Já a perspectiva para as Economias de Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, das quais o Brasil faz parte, melhorou em 0,1 ponto percentual para 2024, a 4,1%, mesma taxa de crescimento prevista para 2023.