Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - Os preços aos produtores norte-americanos caíram inesperadamente em setembro, registrando o menor aumento anual em quase três anos, o que pode dar ao Federal Reserve margem para cortar os juros novamente este mês.
As fracas leituras de inflação aos produtores, informadas pelo Departamento do Trabalho dos EUA nesta terça-feira, foram divulgadas num cenário de desaceleração da economia em meio às tensões comerciais e a um enfraquecimento no exterior.
O Fed cortou a taxa de juros em setembro, depois de reduzir os custos dos empréstimos em julho pela primeira vez desde 2008, para manter a mais longa expansão econômica da história dos Estados Unidos nos trilhos, agora em seu 11º ano.
Segundo o Departamento do Trabalho dos EUA, o índice de preços ao produtor para a demanda final recuou 0,3% no mês passado, pressionado pela queda nos custos de bens e serviços. Esse foi o maior declínio desde janeiro e seguiu um ganho de 0,1% em agosto.
Nos 12 meses encerrados em setembro, o índice avançou 1,4%, o menor aumento desde novembro de 2016, após alta de 1,8% em agosto.
Economistas consultados pela Reuters previam que o índice de preços ao produtor aumentaria 0,1% em setembro e avançaria 1,8% na comparação ano a ano.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos, energia e serviços comerciais, os preços ao produtor permaneceram inalterados no mês passado, após saltarem 0,4% em agosto. O chamado núcleo índice aumentou 1,7% nos 12 meses até setembro, após subir 1,9% em agosto.
O Fed, que tem uma meta de inflação anual de 2%, acompanha o índice de preços PCE para elaboração de sua política monetária. O núcleo do PCE subiu 1,8% em agosto na comparação anual, ficando abaixo de sua meta.
Alguns economistas esperam que o Federal Reserve corte os juros em sua reunião de política de 29 e 30 de outubro, em meio a sinais de que a guerra comercial prolongada do governo Trump contra a China -- que tem pesado no investimento das empresas e levado a manufatura à recessão -- está afetando a economia como um todo.
(Por Lucia Mutikani)