WASHINGTON (Reuters) - Os gastos do consumidor dos Estados Unidos caíram inesperadamente pela primeira vez em sete meses em agosto, mas a inflação mostrou sinais de aceleração, indicações que podem manter o Federal Reseve, banco central norte-americano, cauteloso em relação a aumentar a taxa de juros do país.
O Departamento de Comércio dos EUA informou nesta sexta-feira que os gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, caíram 0,1 por cento no mês passado, após a contabilização da inflação. Analistas consultados pela Reuters esperavam um ganho de 0,1 por cento.
Os preços ao consumidor também subiram como esperado, com o índice de preços, excluídos alimentos e energia, aumentando 0,2 por cento em relação ao mês anterior. A inflação, fora alimentos e energia, ficou em 1,7 por cento nos 12 meses até agosto, um aumento de um décimo de um ponto percentual em relação ao mês anterior e mais perto da meta de inflação de 2 por cento do Fed.
Os rendimentos sobre a dívida pública dos EUA caíram depois dos dados e o dólar se enfraqueceu ante a cesta de moedas, sinalizando as dúvidas dos investidores sobre a perspectiva de um aumento dos juros pelo Fed no curto prazo.
A chair do Fed, Janet Yellen, disse na semana passada que esperava que o banco central elevasse os juros uma vez neste ano, para afastar a economia de um eventual superaquecimento.
As taxas de juros futuras do Fed sugerem que os investidores não vêem quase nenhuma chance de uma elevação na próxima reunião de política no início de novembro, e poucas chances mesmo na reunião de dezembro, de acordo com o CME Group.
(Por Jason Lange)