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WASHINGTON (Reuters) - Os gastos dos consumidores dos Estados Unidos aumentaram de forma sólida em julho enquanto a inflação subjacente acelerou uma vez que as tarifas sobre as importações aumentaram os preços de alguns produtos, mas esses dados provavelmente não impedirão que o Federal Reserve corte a taxa de juros no próximo mês, tendo como pano de fundo o abrandamento das condições do mercado de trabalho.
Os gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica, aumentaram 0,5% no mês passado, após um ganho revisado para cima de 0,4% em junho, informou o Departamento de Comércio nesta sexta-feira.
Economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,5%, depois de um avanço de 0,3% relatado anteriormente em junho.
O consumo está sendo sustentados por um número baixo de demissões, o que favorece um crescimento salarial sólido. Porém, as tarifas do presidente Donald Trump sobre as importações estão aumentando os custos para as empresas, acrescentando outra camada de cautela que resultou na relutância dos empregadores em aumentar o número de funcionários.
Os ganhos de emprego foram em média de 35.000 por mês nos últimos três meses até julho, em comparação com 123.000 durante o mesmo período em 2024, informou o governo este mês.
Na semana passada, o chair do Fed, Jerome Powell, sinalizou um possível corte na taxa de juros na reunião do banco central dos EUA de 16 e 17 de setembro, em um aceno para o aumento dos riscos no mercado de trabalho, mas também acrescentou que a inflação continua sendo uma ameaça.
O Fed tem mantido sua taxa de juros de referência na faixa de 4,25% a 4,50% desde dezembro. O repasse do impacto das tarifas de importação para a inflação tem sido lento, uma vez que as empresas ainda estão vendendo estoques acumulados antes da entrada em vigor das taxas. As empresas também estão absorvendo parte dos custos.
O Índice de preços PCE subiu 0,2% no mês passado, após um aumento não revisado de 0,3% em junho, de acordo com o relatório. Nos 12 meses até julho, o índice PCE avançou 2,6%, igualando o resultado de junho.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice teve alta de 0,3% no mês passado, mesma taxa de junho. Nos 12 meses até julho, o chamado núcleo da inflação avançou 2,9%, de 2,8% em junho.
O Fed acompanha as medidas de preço do PCE para sua meta de inflação de 2%.
(Reportagem de Lucia Mutikani)