BRASÍLIA (Reuters) - O governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) registrou déficit primário de 20,152 bilhões de reais em julho, pior resultado para o mês na série histórica iniciada em 1997, informou o Tesouro Nacional nesta terça-feira, com as receitas recuando mais do que as despesas no período.
O resultado foi pior do que o rombo de 18,3 bilhões de reais projetado por analistas em pesquisa da Reuters.
O rombo acumulado em 12 meses chegou a 183,7 bilhões de reais, muito acima da meta de déficit primário já piorada recentemente de 159 bilhões de reais.
As despesas do governo central recuaram 4,2 por cento em julho em relação a um ano antes, já descontada a inflação, a 109,282 bilhões de reais. Segundo o Tesouro, não fossem a antecipação do pagamento de precatórios, o rombo primário teria sido de 58,2 bilhões de reais no mês.
Também pesaram o aumento de 6,9 por cento em benefícios previdenciários e de 9 por cento em despesas com pessoal e encargos sociais em julho, sobre o ano anterior.
O Tesouro informou ainda que as receitas líquidas totais mostraram queda real de 5,5 por cento no período, para 89,130 bilhões de reais.
Diante das dificuldades com a arrecadação, o governo elevou neste mês as metas de déficit primário deste ano e do próximo a 159 bilhões de reais, confirmando a tendência de deterioração das contas públicas. [nL2N1L201J]
As novas metas precisam ser aprovadas no Congresso até o dia 31 deste mês.
(Reportagem de Silvio Cascione)