Investing.com – Após divulgação pelo Banco Central de dados operacionais das principais instituições financeiras referentes ao mês de maio, a piora na inadimplência do Nubank (BVMF:ROXO34) traz algumas preocupações aos investidores. Com revisões em sua estratégia de crédito nos últimos anos, o banco mira em alavancar seus lucros, mesmo com empréstimos vistos como mais arriscados.
A deterioração na qualidade dos ativos de crédito do Nubank é monitorada de perto por analistas, mas não deve ser analisada de forma isolada. É o que entende Itaú BBA, conforme relatório divulgado a clientes e ao mercado nesta quinta-feira, 01º de agosto, em que reforça perspectiva favorável para a fintech, com indicação outperform, equivalente à compra, com preço-alvo de US$13 para as ações negociadas no mercado americano.
No documento, o Itaú BBA considera que “a qualidade do crédito deve ser avaliada em conjunto com receitas e lucros; este sempre foi o modus operandi do Nu, sempre surpreendendo mercados desde a sua criação”. O banco afirma que a carteira de empréstimos segue robusta e a expectativa é de receitas mais elevadas, com rentabilidade medida pelo retorno sobre o patrimônio (ROE, na sigla em inglês) prevista em 20%.
Ainda que haja divergências sobre o balanço auditado que ainda será divulgado em 13 de agosto, ao excluir operações externas e ter divergências de metodologia, os dados trazem algumas sinalizações.
Os analistas Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjar avaliaram os lucros do banco mencionados no relatório do Banco Central como fortes, com alta mensal de 30% - o que sugere, na opinião dos analistas, que o roxinho deve alavancar os lucros em 45% na base trimestral.
“Isso indica que aoNu está efetivamente precificando pelo maior risco de crédito que está assumindo. Além disso, não está abrandado o crescimento do crédito, que está aumentando a um ritmo de 9% em relação ao trimestre anterior”, completam os analistas.
Às 16h42, as ações do Nubank caíam 4,99%, a US$11,53.
Enquanto isso, os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) recuavam 3,78%, a R$10,95.