BRASÍLIA (Reuters) - O governo não irá considerar o choque recente no preço do petróleo em suas novas projeções de receitas para 2020, informou o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, justificando que isso não se dará pela data de corte adotada para as novas estimativas.
A grade servirá de base para o próximo relatório bimestral de receitas e despesas, a ser publicado até o dia 22. Nele, o governo fará novos cálculos de quanto arrecadará e quanto gastará no ano.
Com base em dados até 5 de março, o preço médio do petróleo Brent no ano foi calculado em 52,70 dólares o barril na grade de parâmetros, já abaixo do patamar de 58,96 dólares considerado na lei orçamentária, mas ainda sem incorporar a profunda queda observada nesta semana em função de conflito acerca do nível de produção acordado pelos maiores produtores da commodity.
Questionado se essa política não seria inconsistente com a nova realidade do petróleo, Waldery justificou que o governo tem que se ater a cronogramas prestabelecidos para fazer suas contas.
Na véspera, Waldery já havia dito que o contingenciamento de recursos orçamentários é o "cenário mais provável" para garantir a meta de déficit primário de 124,1 bilhões de reais para o governo central.
(Por Marcela Ayres)