Por Nandita Bose
WASHINGTON (Reuters) - O presidente norte-americano, Joe Biden, lançou uma nova tentativa de reforçar o apoio dos eleitores afro-americanos, nesta sexta-feira, buscando selar as rachaduras na coalizão democrata que o levou à vitória sobre o republicano Donald Trump em 2020.
Biden visitou o popular museu afro-americano no centro de Washington e cumprimentou seu público declarando: "História negra é história americana".
Mais tarde, ele e a vice-presidente Kamala Harris se reunirão em particular na Casa Branca com os Divine Nine, um grupo de irmandades e fraternidades historicamente negras.
Biden se reuniu na quinta-feira com famílias que tinham parentes envolvidos na decisão histórica da Suprema Corte de 17 de maio de 1954, Brown v. Board of Education, há 70 anos, que levou à dessegregação das escolas.
"Aprendemos melhor quando aprendemos juntos", disse Biden no museu.
Tudo isso leva ao discurso de formatura de Biden no domingo no Morehouse College em Atlanta, uma escola historicamente negra que foi a alma mater do ícone dos direitos civis Martin Luther King Jr.
Uma pesquisa New York Times/Siena College divulgada no início desta semana revelou que Trump tinha 20% dos votos dos negros, um sinal de que ele fez incursões em um bloco de eleitores que, em sua maioria, votou nos democratas.
Biden destacou que Trump e outros republicanos atacam programas destinados a melhorar a diversidade, a equidade e a inclusão.
Biden se juntou ao apresentador de um programa de rádio de Atlanta, Darian "Big Tigger" Morgan, na quarta-feira, e fez duras críticas a Trump, ex-presidente que está tentando recuperar o cargo na eleição de 5 de novembro.
"Veja, Trump prejudicou os negros em todas as oportunidades que teve", disse Biden. "As taxas de desemprego e de falta de seguro dos negros aumentaram com Trump. O plano tributário de Trump reforçou a discriminação. As famílias brancas típicas receberam o dobro do corte das famílias negras típicas. Eles falharam na resposta à Covid-19, deixando pessoas negras mortas e empresas de propriedade de negros fechadas."
Alguns membros do corpo docente e alunos da Morehouse queriam que a faculdade retirasse o convite a Biden por causa do firme apoio de seu governo à guerra de Israel em Gaza, onde o número de mortos já ultrapassou 35.000. Mas a Casa Branca disse que a visita seria realizada conforme planejado no domingo.
Biden adotou medidas que beneficiam os negros norte-americanos, como a expansão do acesso à cobertura de saúde, e promoveu ganhos econômicos que levaram a taxas de desemprego para mínima recorde entre negros e à expansão do Crédito Tributário para Crianças, que ajudou a reduzir a pobreza infantil pela metade em 2021.
As pesquisas de opinião mostram que a eleição de 5 de novembro está se configurando como uma disputa acirrada entre Biden e Trump, fazendo com que o comparecimento dos negros norte-americanos - que compreendem populações consideráveis em Estados-chave como Geórgia, Michigan, Wisconsin e Pensilvânia - seja um aspecto crucial do caminho de Biden para a vitória.
(Reportagem de Nandita Bose e Steve Holland)