Ibovespa tem leve recuperação com bancos, mas segue abaixo dos 135 mil pontos

Publicado 20.08.2025, 14:53
Atualizado 20.08.2025, 18:10
© Reuters.  Ibovespa tem leve recuperação com bancos, mas segue abaixo dos 135 mil pontos

O Ibovespa, em especial o setor financeiro, chegou a perder fôlego em direção ao encerramento desta quarta-feira, 20, fazendo com que o índice testasse neutralidade no fim do dia, após a queda de 2,10%, na terça-feira, no que foi sua maior correção desde a perda de quase 3% em 4 de abril. No melhor momento, reaproximou-se nesta quarta de 135 mil pontos, na máxima do dia, em sessão de recuperação parcial dos bancos após o tombo do dia anterior com a retomada dos temores sobre a relação entre Brasil e EUA. A correção veio na esteira de deliberação do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a aplicabilidade de leis estrangeiras - como a Magnitsky, que sancionou o ministro Alexandre de Moraes - no Brasil.

Contido, o índice da B3 (BVMF:B3SA3) flutuou 842 pontos entre a mínima (134.121,67) e a máxima (134.963,84) da sessão, em que saiu de abertura aos 134.430,49 pontos. Ao fim, marcava leve alta de 0,17%, aos 134.666,46 pontos, com giro também enfraquecido, a R$ 16,2 bilhões, nesta quarta-feira. Na semana, o Ibovespa recua 1,23%, limitando o ganho do mês a 1,20%. No ano, sobe 11,96%.

Para Pedro Moreira, sócio da One Investimentos, o cenário macro ainda prevalece sobre os preços dos ativos brasileiros. "Do ponto de vista técnico, há incerteza sobre o que poderão fazer os bancos, que ficaram numa saia justa entre a deliberação do ministro Dino e o que determina a Lei Magnitsky, dos Estados Unidos. Numa situação assim, de indefinição, o mercado começa a fazer cenários. No extremo disso estaria a aplicação de sanções pelos EUA também aos bancos brasileiros, o que seria bem devastador", acrescenta Moreira, referindo-se às condições de acesso de instituições financeiras brasileiras ao mercado global.

Após perdas que chegaram na terça-feira à casa de 6% em Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) ON, a recuperação no segmento nesta quarta-feira foi bem discreta, tendo Santander (BVMF:SANB11) (Unit +2,08%) à frente entre as maiores instituições. BB ON subiu apenas 0,30% e Itaú (BVMF:ITUB4) PN, a principal ação do setor, ficou praticamente estável (+0,06%). Bradesco (BVMF:BBDC4) ON e PN fecharam o dia, pela ordem, em alta de 0,44% e 0,32%. BTG Pactual (BVMF:BPAC11), por sua vez, cedeu 1,10%.

Na ponta ganhadora do Ibovespa, destaque para Pão de Açúcar (BVMF:PCAR3) (+8,62%), Ultrapar (BVMF:UGPA3) (+4,35%) e Auren (BVMF:AURE3) (+4,05%). No lado oposto, Azzas (BVMF:AZZA3) (-3,42%), Marfrig (BVMF:MRFG3) (-3,16%) e Rumo (BVMF:RAIL3) (-3,11%). Entre as principais ações de commodities, Vale ON (BVMF:VALE3) cedeu 0,45%, enquanto Petrobras (BVMF:PETR4) avançou 0,83% na ON e 0,60% na PN, com o Brent e o WTI em alta na casa de 1,5% no fechamento de Londres e Nova York.

Roberto Simioni, economista-chefe da Blue3 Investimentos, observa que o Brasil se tornou o primeiro país a sofrer, simultaneamente, o efeito de dois instrumentos legais dos Estados Unidos - o tarifaço de 50% em mais de 400 produtos e a aplicação da Lei Magnitsky -, o que representa, no seu entendimento, uma nova forma de pressão diplomática e econômica.

"A medida adotada pelo ministro Flávio Dino reforça o princípio da soberania nacional e da jurisdição exclusiva do STF sobre atos normativos estrangeiros", reconhece Simioni, mas a iniciativa tende a reforçar as tensões, na medida em que "reduz a confiança de investidores estrangeiros no ambiente regulatório brasileiro, aumenta o risco jurídico para bancos com operações internacionais e pode, também, impactar a liquidez e o custo de capital de empresas brasileiras."

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