Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - Os preços das matérias-primas brutas arrefeceram e o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) desacelerou a alta a 0,66% em agosto, de 0,78% em julho, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
A expectativa em pesquisa da Reuters era de avanço de 0,91%, e com o resultado de agosto o índice passou a acumular alta de 31,12% em 12 meses.
Neste mês, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, teve alta de 0,66%, contra avanço de 0,71% no mês anterior.
A desaceleração refletiu queda de 1,64% do grupo Matérias-Primas Brutas, que havia avançado 0,09% no mês anterior. Os principais responsáveis por essa leitura foram os itens minério de ferro (2,70% para -15,32%), bovinos (1,73% para -0,34%) e leite in natura (5,74% para 2,32%).
A pressão no varejo também ficou menor em agosto, uma vez que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, desacelerou a alta a 0,75%, de 0,83% em julho.
O grupo Educação, Leitura e Recreação subiu 0,53% no mês, ante salto de 2,16% em julho. Entre os componentes do grupo, o destaque ficou com os preços das passagens aéreas, que passaram a avançar 3,17% em agosto, após dispararem 24,69% no mês passado.
Apesar do arrefecimento do índice geral em agosto, as secas seguem impulsionando os preços em vários setores. "Se não fosse a crise hídrica, o IGP-M apresentaria desaceleração mais forte", disse em nota André Braz, coordenador dos índices de preços.
"No IPA, culturas afetadas pela estiagem, como milho (-4,58% para 10,97%) e café (0,04% para 20,98%) registraram forte avanço em seus preços", disse ele, acrescentando que, "no âmbito do consumidor, o preço da energia (...) registrou alta de 3,26%."
A pressão de energia elétrica levou a prévia da inflação oficial do Brasil a disparar para o nível mais alto para um mês de agosto em quase duas décadas, mostraram dados do IBGE na semana passada.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por sua vez, subiu 0,56% em agosto, de alta de 1,24% antes.
O IGP-M é utilizado como referência para a correção de valores de contratos, como os de aluguel de imóveis.