Caracas, 20 abr (EFE).- A Assembleia Nacional da Venezuela, de maioria opositora, afirmou nesta quinta-feira que a inflação acumulada durante o primeiro trimestre do ano no país alcançou 65,5%, na ausência de dados do Banco Central (BCV), que não divulga informações deste indicador há 14 meses.
Em comunicado, o parlamento venezuelano detalhou que a inflação mensal de março foi de 16,2%, de 20,1% em fevereiro e de 18,6% em janeiro.
Em fevereiro, o presidente da Comissão de Finanças do parlamento, o deputado opositor José Guerra, havia dito à Agência Efe que a Assembleia decidiu construir um índice de inflação usando toda a metodologia do BCV, "que é universal e não requer maior ciência", devido ao silêncio do ente emissor.
A inflação na Venezuela, que segundo o BCV fechou 2015 em 180,9%, é um problema induzido pela "guerra econômica", segundo o governo de Nicolás Maduro, que culpa empresários e opositores pela grave crise que assola a nação petroleira.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) previu na semana passada que o PIB da Venezuela retrocederá 7,4% em 2017 e 4,1% em 2018, enquanto a taxa de desemprego também aumentará, do 21,2% atual para 25,3% em 2017.
A inflação, por sua parte, continuará fora de controle: o FMI prevê 720% para este ano e até 2.000% em 2018.
Por sua vez, o Banco Central se mantém em silêncio desde fevereiro de 2016 em relação às cifras oficiais da inflação, do PIB ou da escassez na Venezuela.