Por David Milliken
LONDRES (Reuters) - Os preços ao consumidor no Reino Unido saltaram ao ritmo anual mais rápido em quase 30 anos no mês passado, intensificando o aperto nas finanças das famílias e reforçando as chances de que o banco central britânico eleve os juros pela terceira reunião seguida.
A taxa anual de inflação de preços ao consumidor subiu a 5,5% em janeiro, o maior patamar desde março de 1992, quando o Reino Unido emergia de um longo período de acordos salariais que alimentaram a inflação.
A leitura ficou acima das projeções da maioria dos economistas consultados em pesquisa da Reuters, que esperava manutenção da taxa de 5,4% vista em dezembro.
Neste mês, o banco central britânico previu que a inflação atingirá um pico de cerca de 7,25% em abril, quando as contas de energia das residências britânicas deverão subir com força.
"A surpresa desta manhã para a inflação no Reino Unido serve para ressaltar uma tendência global recente: uma inflação mais alta e mais persistente pegou os bancos centrais desprevenidos e abriu a porta para mais aumentos de juros neste ano", disse Ambrose Crofton, estrategista global do J.P. Morgan Asset Management.
O banco central britânico já elevou os juros duas vezes em dezembro --para 0,5% de 0,1%-- e os mercados financeiros esperam nova alta a 0,75% ou 1% na reunião de 17 de março.
O Banco da Inglaterra tem dito que não vê a inflação de volta à sua meta de 2% até 2024. A maior parte dos economistas acredita que a inflação recuará mais rapidamente.
(Reportagem de David Milliken)