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Inflação nos EUA: IPC em doze meses deve cair para próximo de 3%

Publicado 10.07.2023, 19:10
© Reuters

Investing.com – A inflação ao consumidor americana deve continuar o processo de desaceleração no indicador anual, mas continua pressionando, principalmente no núcleo. Na quarta-feira, 12, o mercado deve estar atento à divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que deve trazer mais pistas sobre os próximos passos do Federal Reserve, ainda que não seja seu indicador preferido, o Índice de preços PCE.

O IPC deve ter variado 0,3% em junho, contra 0,1% em maio, segundo estimativas consensuais compiladas pelo Investing.com. Assim, o dado anual cairia de 4% para 3,1%. A variação mensal do índice cheio deve ser igual a do núcleo, de acordo com o consenso, após 0,4% no mês anterior. Dessa forma, a pressão no núcleo esfria, mas continua a preocupar, com indicador sendo reduzido de 5,3% para 5%.

Núcleo segue pressionando, setor imobiliário demora a desacelerar

A atividade econômica nos EUA está muito mais resiliente do que era esperado, principalmente no mercado de trabalho, e isso pode continuar a gerar pressão inflacionária adiante.

A XP (BVMF:XPBR31) projeta que o IPC apresente elevação de 0,3%, com inflação em doze meses recuando de forma acentuada devido a um indicador forte em junho do ano passado, levando a um efeito base. Ainda que a inflação caia para em torno de 3%, ainda é um número elevado, bem acima da meta de 2% estabelecida nos Estados Unidos, lembra Francisco Nobre, economista da XP.

O núcleo da inflação segue preocupando, com processo de diminuição mais lento do que o esperado, o que ainda deve manter o Banco Central dos EUA desconfortável para a próxima reunião. Entre os sinais de descompressão citados por Nobre, estão a diminuição de preços excluindo aluguéis, com indicadores antecedentes e inflação ao produtor apontando para melhora.

A Nomad também espera um IPC mensal de 0,3%, com custos de habitação e de carros usados ainda em alta, enquanto energia e alimentos devem apresentar queda. Celso Pereira, diretor de investimentos da Nomad, acredita que o indicador ainda não apresenta clara convergência para a meta de 2% e a taxa de desemprego, atualmente em 3,6%, não leva a mudanças em sua trajetória. “Mês após mês, o mercado de trabalho continua muito forte. Em um cenário como esse é difícil de imaginar que o núcleo da inflação vai poder ser reduzido porque o consumidor não está nem um pouco pessimista nos Estados Unidos, muito pelo contrário”.

André Cordeiro, economista-sênior do Inter, concorda que a inflação deve continuar a desacelerar na base anual, com IPC mensal de 0,3%. “Como a gente viu nos dados do PCE que saíram recentemente, devemos ver energia puxando a inflação para baixo, bens também puxando pra baixo, que tem sido um fenômeno até mesmo mundial, a gente tem visto aqui no Brasil também”.

Todos os economistas entrevistados ressaltam que a inflação no mercado imobiliário possui forte defasagem, mas indicadores antecedentes mostram que as altas nos preços começaram a arrefecer, ainda que levem mais tempo para que isto ocorra. 

IPC e mercados

A volatilidade dos mercados é esperada diante dessa divulgação, no entendimento dos entrevistados. “Se os dados vierem como o esperado, os mercados devem interpretar que o risco de recessão não existe, que estamos caminhando para um cenário quase de 'soft landing' perfeito, com economia desinflacionando sem gerar forte queda da atividade econômica. Mas a política monetária tem muita defasagem, o aperto monetário foi muito grande então acho que convém cautela nessa interpretação de que o risco está se dissipando”, orienta o economista do Inter.

Se a inflação vier acima da expectativa, os mercados devem cair, porque o mercado vai precificar na curva juros ainda mais altos, completa o especialista da Nomad.  

Fed em foco

A próxima decisão do The Federal Open Market Committee (FOMC) está marcada para 26 de julho. Nesta segunda, 10, de acordo com a ferramenta Monitor da Taxa de Juros do Fed, do Investing.com, 90,5% dos agentes e mercado apostavam em uma elevação de 0,25 ponto percentual nas fed funds. Dessa forma, os juros sairiam do patamar atual, da faixa entre 5% e 5,25%, para 5,25% e R$5,5%.

Ainda que o IPC não seja a medida preferida do Fed, ele é importante porque muitas vezes conta uma história parecida, na visão de Nobre, da XP. Para ele, dificilmente o dado divulgado nesta quarta vai afetar o entendimento da próxima decisão, após indicadores que apontam para um mercado de trabalho que segue aquecido. A XP concorda com o consenso para uma alta de 0,25 ponto percentual, mas acha que esta deve ser a última elevação deste ano, devido à queda da inflação de bens, ainda que os serviços pressionem.

“Acredito que o Fed deve optar por esperar e observar como a economia vai reagir a uma política monetária bastante contracionista”, reforça Nobre.

Cordeiro também avalia que o dado não vai ter capacidade de alterar o atual cenário, após dados de criação de vagas com ADP e payroll. O Inter também espera mais uma alta de 0,25 ponto percentual.

“Tendo em vista os comentários da autoridade monetária na semana passada, não estamos otimistas, ou seja, achamos que vai ter mais um aumento de juros agora no final do mês”, aponta Pereira, também na expectativa de 0,25 p.p..

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