Investing.com – A inflação dos EUA acelerou em agosto, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (13) pelo Escritório de Estatísticas de Trabalho. A grande surpresa foi a elevação do núcleo da inflação mensal de 0,2% em julho para 0,3% no mês passado, acima das estimativas de alta de 0,2% pelos economistas de mercado. Na base anual, o núcleo da inflação desacelerou de 4,7% para 4,3%, em linha com as projeções.
Em relação ao índice cheio, medido pelo Índice de Preços ao Consumidor, houve avanço mensal de 0,6% em agosto, em linha com o consenso, mas apresentando uma aceleração em relação à alta de 0,2% no mês anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPC subiu acima das projeções, com alta de 3,7% ante avanço de 3,2% em julho e acima das projeções de elevação de 3,6%.
"O índice da gasolina foi o que mais contribuiu para o aumento mensal, respondendo por mais de metade do aumento", aponta William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue. "Números reacendem as preocupações com a resiliência da inflação", complementa.
A divulgação de uma elevação mensal do núcleo de inflação acima do esperado ativou temporariamente a aversão ao risco entre os investidores. No entanto, o comportamento em linha de outros índices, como a alta mensal do IPC cheio em linha com as estimativas, tranquilizaram os investidores, retornando os principais ativos aos níveis de negociações próximos aos anteriores à divulgação dos dados.
Às 09h41, o Dow Jones Futuros tinha ligeira queda de 0,06%, enquanto o S&P 500 Futuros recuava 0,11% e Nasdaq 100 Futuros caía 0,19%. No Brasil, o Ibovespa Futuros tinha ligeira alta de 0,05% e o dólar era negociado com ligeira baixa de 0,08% a R$ 4,9432.
Os dados reforçam a percepção dos investidores de manutenção da taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) na reunião da próxima quarta-feira (20). A probabilidade de o intervalo da taxa de juros se manter em 5,25%-5,5% subiu de 92% para 95%, enquanto as chances de uma elevação de 0,25 ponto percentual caíram de 8% para 5%.
"Em linhas gerais, o dado só reforça a visão do “higher for longer” de que os juros devem permanecer elevados até que haja um impacto maior especialmente no núcleo", finaliza Castro Alves da Avenue.