Investing.com – Enquanto a alta nos preços vinha preocupando nos últimos anos, as tendências são mais benignas a partir de agora, com os efeitos da política monetária. Essa é a visão de economistas consultados pelo Investing.com Brasil, que indicam que o cenário corrobora a continuidade de cortes de juros pela autoridade monetária brasileira. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro na próxima terça-feira, 12.
A prévia da inflação oficial, o IPCA-15, teve variação positiva de 0,33% em novembro, com resultado marcado pela alta da alimentação, que apresentava deflação anteriormente. Além disso, no segmento de transportes, as passagens aéreas dispararam dois dígitos, segundo o IBGE, enquanto a gasolina apresentou diminuição.
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Jadye Lima, economista da WIT, espera 0,33% na inflação de novembro, conforme o resultado do IPCA-15. “Quando a gente olha para essa prévia do IPCA-15, alimentos e bebidas vieram acima, assim como despesas pessoais e transporte. Na ponta contrária, com uma deflação esteve apenas o setor de comunicação”, aponta Lima, que aguarda um IPCA terminando, o ano em 4,5%, em linha com as projeções da XP (BVMF:XPBR31).
Os indicadores mais relevantes da inflação para a política monetária, que são mais sensíveis à atividade económica, estão mostrando uma dinâmica muito benigna, destaca Rafael Ihara, economista na Meraki Asset, que espera a continuidade dessa tendência nesta divulgação. “No curto prazo, a gente não tem nenhuma preocupação de algum de algum resultado desfavorável para o Banco Central”. O economista estima IPCA de 0,31% em novembro e espera que a inflação termine o ano em 4,5%. “A situação não é uma preocupação para o mercado no curto prazo. Acho que a preocupação do mercado está mais voltada para o para as questões fiscais e políticas, no caso, a aprovação das medidas de aumento de arrecadação no Congresso”, completa.
Helena Veronese, economista na B.Side, projeta 0,30% para esta divulgação e também não demonstra muita preocupação com o indicador neste momento. “Notamos, na verdade, uma certa estabilidade, nos índices de preço ao consumidor já faz algum tempo e acho que isso deve continuar”. A economista menciona como possível única mudança relevante, que já foi verificada no IPCA-15, a saída do grupo de alimentos de uma deflação para um patamar positivo.
Os indicadores de inflação estão reagindo à política monetária, finalmente, ainda que o Comitê de Política Monetária (Copom) já tenha iniciado os cortes nos juros. Assim, a composição segue benigna, também na opinião da economista, que espera que o indicador termine o ano em 4,6%.
“Quando a gente pensa nas medidas mais sensíveis a ciclos econômicos e à política monetária, como é o caso de serviços, como é o caso de núcleos, não enxergamos nada que preocupe. Serviços devem desacelerar, núcleo a gente tem visto que sobe por conta de passagem aérea, mas a composição como um todo não preocupa. Somente a passagem aérea neste final de ano, pode ser que tenha uma nova surpresa positiva, porque é época de férias, mas são fatores muito pontuais”.