Por Rodrigo Viga Gaier e José de Castro
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A inflação "oficial" desacelerou a alta em agosto frente a julho, mas ficou em linha com as expectativas, com elevações no grupo habitação mais do que compensando quedas de preços em alimentos e transportes.
Apesar da alta no mês passado, a inflação em 12 meses segue abaixo do centro da meta perseguida pelo Banco Central para este ano (4,25%). Analistas preveem que o patamar da inflação permanecerá abaixo desse alvo ao fim do ano, o que abriria espaço para mais cortes de juros pelo Banco Central.
Na véspera, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que a inflação está "sob controle" e "bem ancorada no curto, médio e longo prazos".
Apesar da alta do dólar (BRBY), mesmo as inflações implícitas em títulos públicos e derivativos de mercado têm se mantido abaixo da meta.
Em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,11% em agosto, após alta de 0,19% em julho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
A taxa de agosto é a mais alta para o mês desde 2017 (+0,19%). Em agosto de 2018, o IPCA havia mostrado deflação de 0,09%.
No acumulado de 12 meses, o IPCA teve alta de 3,43%, contra 3,22% até julho e ligeiramente abaixo da taxa de 3,44% apurada em pesquisa Reuters.
"Em 12 meses (o IPCA) subiu um pouco agora por conta de uma troca de taxa: saiu uma taxa de -0,09% em agosto de 2018 e incluiu uma taxa positiva de 0,11%", disse Pedro da Costa, gerente do IPCA.
No acumulado de 2019, o índice sobe 2,54%.
Entre julho e agosto, houve deflação em três dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, com Alimentação e bebidas (-0,35%) e Transportes (-0,39%) retirando, juntos, 0,16 ponto percentual do índice cheio.
Entre as altas, destaque para o grupo Habitação (+1,19%), que, sozinho, adicionou ao IPCA 0,19 ponto percentual, na maior influência de alta para o índice.