⛔ Pare de adivinhar ⛔ Use nosso filtro de ações gratuito e ache pechinchas do mercadoTeste Grátis

IPCA vai abaixo de 1% em abril, mas em 12 meses tem maior nível em 11 anos

Publicado 08.05.2015, 11:25
© Reuters. Moedas de Real em fotoilustração feita no Rio de Janeiro

Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - Com alívio nos custos da energia elétrica, a inflação oficial brasileira ficou pela primeira vez no ano abaixo de 1 por cento em abril na comparação mensal, mas ainda assim em 12 meses atingiu o nível mais alto em mais de 11 anos.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou a alta a 0,71 por cento em abril ante 1,32 por cento em março, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

Esta é a taxa mais baixa desde novembro, quando o índice avançou 0,51 por cento, só que o maior resultado para o mês desde 2011, quando chegou a 0,77 por cento. Além disso, no acumulado em 12 meses o IPCA chegou a 8,17 por cento, ante 8,13 por cento em março.

Trata-se da maior alta acumulada desde dezembro de 2003, quando o IPCA atingiu 9,30 por cento, permanecendo assim bem acima do teto da meta do governo, de 4,5 por cento, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

"Mesmo saindo da casa de 1 por cento, a inflação ainda é forte em 12 meses. E não dá para dizer que uma taxa de 0,7 por cento é um nível de inflação baixo, de jeito nenhum", destacou a economista do IBGE Eulina Nunes dos Santos.

Os resultados ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters, de alta de 0,76 por cento na base mensal e de 8,22 por cento em 12 meses.

Mas isso não representa nenhum alívio, segundo analistas, ainda que a expectativa seja de mais desaceleração nos próximos dois meses, chegando à casa de 0,30 por cento na base mensal em junho, segundo o economista sênior do Besi, Flávio Serrano.

"Boa parte será sazonal. Espera-se que a acomodação do mercado de trabalho produza desaceleração em serviços, mas ainda está ruim", disse ele, que projeta o IPCA a 8,10 por cento ao final do ano.

ENERGIA E REMÉDIOS

Segundo o IBGE, o principal responsável pelo resultado de abril do IPCA foi o custo da energia elétrica, que desacelerou a alta a 1,31 por cento ante 22,08 por cento no mês anterior, quando refletiu a revisão das tarifas em todas as regiões pesquisadas.

Os custos da energia vêm sendo o maior destaque no início do ano, em meio ao uso da bandeira tarifária, repassando ao consumidor os custos mais altos de geração devido à falta de chuvas, e à entrada em vigor de revisões tarifárias extraordinárias.

Apesar de o impacto ter sido menor em abril, o custo da energia residencial acumula neste ano alta de 38,12 por cento, e em 12 meses as contas estão 59,93 por cento mais caras, segundo os números do IBGE.

Ainda que os preços administrados tenham desacelerado a alta a 0,78 por cento em abril ante 3,37 por cento e março, eles continuam sendo os vilões da inflação este ano, acumulando avanço de 13,39 por cento em 12 meses.

Já o grupo com maior impacto no mês passado foi Alimentação e Bebidas, com 0,24 ponto percentual após alta de 0,97 por cento, mas o que registrou maior variação no mês foi Saúde e Cuidados Pessoais, com avanço de 1,32 por cento. Isso porque o item remédios registrou a maior contribuição individual, de 0,11 ponto percentual, após alta de 3,27 por cento dos preços.

De olho no nível elevado da inflação, na semana passada o Banco Central elevou a Selic a 13,25 por cento, e na ata dessa reunião sugeriu que o ciclo de aumento da Selic não terminou.

"Faz sentido que queiram fazer um ajuste mais forte e rápido em 2015 para concentrar tudo neste ano e descontaminar o cenário em 2016", destacou a economista da consultoaria Tendências Alessandra Ribeiro.

Com isso, a consultoria já começa a avaliar a possibilidade de alterar sua perspectiva para a Selic para uma alta de 0,50 ponto percentual na próxima reunião e outra de 0,25 ponto em seguida, ante só mais um aumento de 0,25 ponto atualmente.

© Reuters. Moedas de Real em fotoilustração feita no Rio de Janeiro

Na pesquisa Focus do BC, a projeção de economistas para o IPCA ao final deste ano é de alta de 8,26 por cento, com os administrados avançando 13,05 por cento.

(Reportagem adicional de Pedro Fonseca)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.