Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - A queda nos preços de alimentação compensou o peso de saúde e cuidados pessoais e a prévia da inflação oficial brasileira registrou o nível mais baixo em mais de duas décadas para outubro.
Em outubro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,09%, repetindo a taxa do mês anterior, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Este é o menor resultado para um mês de outubro desde 1998, quando houve avanço de 0,01%.
Em 12 meses, o IPCA-15 foi a 2,72% em outubro, de 3,22% em setembro, nível mais baixo desde maio de 2013 (+2,70%) nessa base de comparação.
Assim, a inflação vai abaixo do piso da meta oficial para 2019, de 4,25% pelo IPCA com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, mantendo o caminho aberto para o Banco Central continuar reduzindo a taxa básica de juros no final deste mês.
Depois de reduzir a Selic em setembro em 0,50 ponto, para 5,50% ao ano, nova mínima histórica, o BC vem indicando de forma explícita novo alívio monetário. A autoridade monetária volta a se reunir em 29 e 30 de outubro.
As expectativas em pesquisa da Reuters eram de avanços de 0,04% na comparação mensal e de 2,67% em 12 meses.
O IBGE explicou que a maior variação foi registrada pelo grupo Saúde e cuidados pessoal, representando o maior impacto no índice do mês ao acelerar a alta a 0,85% em outubro de 0,09% no mês anterior.
O destaque no grupo foi o aumento de 2,35% nos itens de higiene pessoal. Os produtos farmacêuticos deixaram para trás a queda de 0,23% em setembro e passaram a subir em outubro 0,54%.
Os Transportes também aceleraram a alta a 0,35%, de 0,09% no mês anterior, sob o peso do avanço de 0,76% da gasolina.
Por outro lado, os preços de Alimentação e bebidas caíram 0,25%, no terceiro mês consecutivo de deflação, com queda de 0,38% da alimentação no domicílio.
Os principais impactos negativos vieram da cebola (-17,65%), e da batata-inglesa (-14,00%), enquanto as carnes subiram 0,59% em outubro depois de queda de 0,38% em setembro.