IPCA-15 sobe pouco mais que esperado em novembro, mas desacelera para teto da meta em 12 meses

Publicado 26.11.2025, 09:10
Atualizado 26.11.2025, 10:28
© Reuters.

Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) - O IPCA-15 subiu um pouco mais do que o esperado em novembro, de acordo com dados divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira, mas ainda assim desacelerou no acumulado em 12 meses, marcando o teto da meta perseguida pelo Banco Central.

Em novembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,20%, após alta de 0,18% em outubro e expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,18%.

Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a taxa acumulada em 12 meses até novembro foi a 4,50%, de 4,94% em outubro, resultado que atinge exatamente o teto do objetivo para a inflação--3,0% medido pelo IPCA, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

O resultado em 12 meses ficou praticamente em linha com a projeção de 4,49% na pesquisa.

No entanto, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou na véspera que a instituição não pode perseguir o limite superior da meta de inflação, mas sim o centro do alvo.

Segundo ele, o BC, que vem mantendo a taxa básica de juros em 15%, ainda está insatisfeito com o nível da inflação. A autoridade monetária volta a se reunir para deliberar sobre a política monetária em 9 e 10 de dezembro, com expectativa de nova manutenção da Selic.

O IBGE apontou que a maior variação e o maior impacto positivo no resultado do IPCA-15 de novembro vieram do grupo Despesas pessoais, com alta de 0,85%. Isso foi influenciado, principalmente, pelos aumentos de preços em hospedagem (4,18%) e pacote turístico (3,90%).

Também exerceu forte pressão a alta de 0,29% de Saúde e cuidados pessoais com o avanço de 0,50% dos planos de saúde. Os custos de Transportes tiveram alta de 0,22%, com as passagens aéreas aumentando 11,87% e compensando a queda de 0,46% dos combustíveis.

A alta das passagens aéreas levou a inflação de serviços a subir 0,66% no período, segundo as contas do economista sênior do Inter, André Valério. Excluindo esse item, a inflação de serviços seria de 0,45%.

"O resultado de novembro reafirma o processo de desinflação, apesar de alguma piora na margem no aspecto qualitativo. Mantemos a nossa expectativa de que o IPCA cheio continue desacelerando, o que faria com que a inflação encerrasse 2025 dentro do teto da meta de 4,50%", disse Valério, vendo assim condições para o BC iniciar o ciclo de queda da Selic na reunião de janeiro, com corte de 25 pontos-base.

O grupo Alimentação e bebidas, que exerce o maior peso no índice, voltou a apresentar avanço dos preços, de 0,09%, após cinco meses de queda, com aceleração da alta de alimentação fora do domicílio a 0,68%.

"O cenário segue menos incerto e mais benigno na margem, também beneficiado pela estabilidade recente do câmbio e pela dissipação de choques em administrados. Ainda assim, monitoramos atentamente eventuais riscos altistas associados à dinâmica fiscal, à possível recomposição de preços de serviços e à volatilidade geopolítica, que podem afetar expectativas e pressionar o real", avaliou Ariane Benedito, economista-chefe do Picpay, projetando alta de 4,6% para o IPCA ao fim deste ano.

Segundo a mais recente pesquisa Focus realizada pelo BC, a expectativa de especialistas é de que a inflação termine este ano a 4,45%, indo a 4,18% em 2026.

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