Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) rebaixou sua estimativa para o crescimento da economia brasileira em 2022 a 1,8%, de uma taxa de 2% estimada antes, devido principalmente à pressão inflacionária que vem obrigando o Banco Central a elevar a taxa básica de juros.
O instituto, que manteve a previsão de expansão do Produto Interno Bruto em 2021 de 4,8%, destacou que a inflação em um patamar mais alto nos últimos meses e as previsões futuras afetam o poder de compra dos brasileiros.
"Essa pequena redução na projeção para 2022 se deve a uma política monetária mais restritiva, que tende a arrefecer o crescimento da economia", explicou à Reuters o diretor do Ipea, José Ronaldo Souza Junior.
"Essa política mais restritiva é uma resposta à inflação mais elevada que a gente vive este ano", completou ele.
Para 2021, o Ipea calcula uma inflação de 8,3% para o IPCA, resultado que fica acima do teto da meta oficial para este ano, de 3,75% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Já para o ano que vem, o instituto projeta desaceleração, mas ainda fora do centro do objetivo --avanço de 4,1% do IPCA, contra meta central de 3,5% com margem também de 1,5 ponto.
Além da pressão inflacionária, o Ipea aponta ainda uma deterioração das condições financeiras das famílias brasileiras devido ao crescimento no nível de endividamento.
No ano que vem, o setor agropecuário e os investimentos dos Estados devem ser os destaques do Produto Interno Bruto brasileiro, de acordo com o Ipea.