Pilar Valero.
Nações Unidas, 23 set (EFE).- O maior bloco de países da ONU, o Grupo dos 77 (G-77) mais a China, anunciou nessa sexta-feira que adotará uma estratégia comum em busca de um maior protagonismo para o hemisfério Sul e um sistema multilateral menos discriminatório.
Os chanceleres do grupo, formado atualmente por 130 países emergentes e liderados esse ano pela Argentina, se reuniram na sede das Nações Unidas, paralelamente às sessões da Assembleia Geral.
No discurso inaugural do encontro, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, destacou o papel crucial que o bloco tem para o desenvolvimento econômico do mundo.
"Os países em desenvolvimento são fonte de crescimento. As grandes economias emergentes lideram a atual recuperação após a crise e a cooperação Sul-Sul está crescendo", disse Ban.
O chanceler argentino, Héctor Timerman, alertou que a relevância do bloco, por seu tamanho e população, não pode ser desprezada e deve ocupar lugar central nos organismos internacionais.
Durante o encontro, os representantes dos países que compõem o grupo afirmaram que as nações desenvolvidas devem defender um sistema multilateral, estável, justo e não discriminatório, e no qual o protecionismo e as subvenções às exportações sejam reduzidas.
Na reunião, o bloco redigiu uma declaração que fixa as prioridades do grupo até o próximo ano, quando a Argentina passará a presidência à Argélia.
"América Latina, África e Ásia têm o maior potencial como polos de crescimento, por isso é fundamental que sejam reconhecidos como parceiros importantes nas novas reformas multilaterais", afirmou o chanceler argelino, Mourad Medelci.
Com relação aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, estipulados pela ONU no ano 2000, o secretário-geral da instituição disse que conta com ajuda do bloco para cumprir os compromissos e o estabelecimento das novas metas após 2015.
O G-77 foi criado na primeira sessão da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), em 1964, com o objetivo de aumentar a influência dos países do Sul. Na época com 77 países, hoje o bloco reúne 130 nações em desenvolvimento, além da China. EFE