SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú Unibanco (SA:ITUB4) informou nesta sexta-feira nova revisão de cenário, na qual vê crescimento mais forte do PIB em 2022, dívida estável, real mais apreciado, inflação mais alta e juros ainda em 13,75% até dezembro.
O banco passou a ver crescimento de 1,0% do PIB, ante estimativa anterior de 0,2%, incorporando a melhora na projeção para o primeiro trimestre deste ano e a liberação de recursos do FGTS no segundo trimestre.
O ano de maior expansão da economia será também de aumento mais intenso nos preços. O Itaú revisou a projeção para o IPCA 2022 de 6,5% para 7,5%, refletindo o maior repasse dos reajustes recentes de combustíveis, seus efeitos secundários e uma inflação de bens industriais mais prolongada.
"Incorporando maior inércia e persistência do processo inflacionário, revisamos a projeção para o próximo ano de 3,5% para 3,7%", disse o banco.
Com a inflação maior e a melhora do PIB, o governo deve registrar novamente superávit primário, e a dívida pública deve ficar estável como proporção do PIB em 2022.
"Estimamos superávit primário de 0,2% do PIB em 2022 (déficit de 0,3% do PIB, anteriormente), déficit de 0,7% do PIB em 2023 (déficit de 0,9%, anteriormente) e dívida bruta em 80% e 83% do PIB neste ano e no próximo, respectivamente."
De acordo com o time de economistas do banco, a janela de apreciação do real deve se estender no curto prazo, mas a manutenção desse patamar cambial dependeria da diminuição das incertezas externas e domésticas.
O Itaú passou a ver dólar de 5,25 reais ao fim de 2022, contra prognóstico anterior de 5,50 reais. "Seguimos esperando alguma depreciação em relação aos níveis atuais em virtude das incertezas externas e domésticas", disse. O dólar à vista era cotado nesta sexta-feira em torno de 4,70 reais.
Do lado da política monetária, o Itaú segue vendo Selic de 13,75% ao término de 2022 --altas de 1 ponto percentual em maio e de 0,50 ponto em cada uma das duas reuniões seguintes--, diante da inflação pressionada e da alta das projeções para o aumento dos preços em 2022 e 2023. Isso a despeito da comunicação recente do Banco Central ir na direção de encerrar o ciclo na reunião de maio.
"Esperamos cortes na taxa Selic para 8,75% em 2023, começando no segundo trimestre", finalizou o banco. O juro básico está em 11,75% ao ano.
(Por José de Castro)