SÃO PAULO (Reuters) - O preço médio da gasolina nos postos de combustíveis do Brasil avançou pelo 11º mês consecutivo em abril, embora tenha desacelerado o ritmo de alta na comparação com o mês anterior, afirmou a ValeCard nesta sexta-feira.
De acordo com levantamento da companhia, que atua na área de soluções para gestão de frotas, o valor médio do combustível registrou aumento de 0,18% em abril ante março, atingindo 5,737 reais por litro.
"Desta vez, a oscilação foi bem menor do que a verificada no mês anterior, quando o valor saltou 10,94% em relação a fevereiro", disse em nota a ValeCard, cuja pesquisa tem como base transações realizadas com seu cartão de abastecimento em 25 mil estabelecimentos credenciados.
"As maiores altas foram registradas em Amazonas (2,91%) e Acre (1,53%). Por outro lado, 10 Estados registraram queda do preço médio do combustível. As maiores reduções ocorreram em Santa Catarina (-3,07%) e na Bahia (-2,96%)", acrescentou.
A ValeCard disse ainda que em quatro Estados do país --Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e São Paulo-- é vantajoso o abastecimento com etanol, uma vez que nesses locais o litro do biocombustível custa 70% (ou menos) do que o litro da gasolina.
Conforme os números da companhia, a última vez em que o Brasil registrou uma queda mensal no valor médio da gasolina foi em maio do ano passado, em período marcado pelas restrições impostas em função da primeira onda da pandemia de Covid-19.
Na ocasião, a cotação do combustível atingiu uma mínima de 4,01 reais por litro. Desde então, porém, engatou 11 altas consecutivas, acumulando ganhos de 43%, segundo a ValeCard.
Considerando apenas os quatro primeiros meses de 2021, o preço médio da gasolina registra salto de 21% em relação a dezembro de 2020.
Nesta sexta-feira, a Petrobras (SA:PETR4) anunciou que reduzirá o preço do combustível em suas refinarias em 2% a partir de sábado, para média de 2,59 reais por litro, no primeiro reajuste praticado após a posse do general Joaquim Silva e Luna na presidência da estatal.
Luna foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para a vaga antes ocupada por Roberto Castello Branco justamente após atritos do mandatário brasileiro com o executivo da petroleira devido à política de preços de combustíveis da companhia, que leva em conta fatores como o preço do petróleo no mercado internacional e a cotação do dólar.
Mesmo com o corte anunciado nesta sexta, a cotação da gasolina nas refinarias da Petrobras ainda acumula alta de 40,7% até o momento em 2021.
(Por Gabriel Araujo)