(Reuters) - O ex-diretor da área internacional da Petrobras (SA:PETR4) Jorge Zelada foi condenado nesta segunda-feira a 12 anos e dois meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em uma ação penal ligada à operação Lava Jato, que investiga um bilionário esquema de corrupção na estatal.
Na sentença, o juiz da 13ª Vara Federa de Curitiba, Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato, afirma que Zelada recebeu 31 milhões de dólares em propina em um contrato para o fornecimento de navio-sonda para a Petrobras.
Além disso, Moro apontou que o ex-diretor da estatal constituiu três empresas offshore e as utilizou para abertura de pelo menos três contas secretas fora do país para o recebimento e a ocultação dos recursos advindos de propina na Suíça e em Mônaco.
"Entre os crimes de corrupção e de lavagem, há concurso material, motivo pelo qual as penas somadas chegam a 12 anos e dois meses de reclusão, que reputo definitivas para Jorge Luiz Zelada", sentenciou Moro, que também impôs multa ao ex-diretor da Petrobras e determinou que a pena comece a ser cumprida em regime fechado. Cabe recurso à sentença.
Na mesma ação penal também foram condenados outras três pessoas, entre elas o ex-gerente da Petrobras Eduardo Musa, a 2 anos em regime aberto por corrupção e lavagem, por ter feito acordo de delação premiada com a Justiça.
A defesa de Zelada se declarou "inconformada" com a condenação e afirmou, em email à Reuters, que vai recorrer da decisão.
(Por Eduardo Simões, com reportagem adicional de Caroline Stauffer)