O presidente do Federal Reserve Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, comentou nesta segunda-feira, 21, que o aumento no déficit fiscal dos EUA pode levar a margem de juros mais elevada no país. "Precisamos responder a mudanças na política fiscal para impedir que a economia fique superaquecida ou que enfraqueça rápido demais", pontuou, em evento da Câmara de Comércio de Chippewa Falls.
Kashkari - que não vota nas decisões monetárias deste ano do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) - reiterou ainda a postura dependente de dados do BC americano. "Não é sobre as eleições presidenciais", afirmou, ao ser questionado. "É sobre as perspectivas para economia, inflação e mercado de trabalho", acrescentou, citando como exemplo impactos de possíveis mudanças em políticas de imigração sobre dinâmicas de emprego nos EUA.
O dirigente evitou comentar sobre propostas políticas voltadas para o setor de criptomoedas, mas reforçou sua opinião de que "ainda não há evidências sobre a necessidade" de criar uma moeda digital nos EUA.
Próximos meses
Kashkari disse que os juros devem ser cortados apenas a "nível moderado" nos próximos meses, visto que a economia dos EUA segue resiliente, sem sinal de uma deterioração excessiva do mercado de trabalho americano.
Kashkari, que não vota nas decisões do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) deste ano, disse que um novo ritmo acelerado de cortes de juros dependeria de uma deterioração rápida do emprego. Segundo ele, o Produto Interno Bruto (PIB) e a inflação são outras variáveis que o Fed acompanha e que têm embasado as decisões, e os juros são condizentes com PIB e inflação, mas uma deterioração do mercado de trabalho obrigaria o Fed a agir.
Em evento da Câmara de Comércio de Chippewa Falls, o banqueiro central afirma que foi visando proteger o mercado de trabalho que o Fed deu início à flexibilização monetária, e que o movimento foi apropriado "independente da magnitude".
Em sessão de perguntas e respostas, Kashkari foi perguntado sobre o potencial inflacionista das tensões geopolíticas mundo afora. Ele disse que, embora o Fed siga monitorando os riscos de um novo choque de oferta, "é surpreendente que os conflitos não tenham gerado impacto maior sobre o preço do petróleo".