ROMA (Reuters) - O Banco Central Europeu precisa de pelo menos mais dois aumentos de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros e a precificação do mercado de cortes no início de 2024 é excessivamente otimista, disse o chefe do banco central holandês, Klaas Knot, em entrevista publicada nesta quinta-feira.
O BCE elevou os juros em um total de 375 pontos base desde julho passado para combater o aumento da inflação, e o debate agora é sobre até onde mais deve ir ao entrar na fase final do aperto monetário após uma década de taxas excepcionalmente baixas.
"Os dois aumentos em junho e julho estão totalmente precificados e nossa perspectiva de inflação já está condicionada a eles", disse Knot a um grupo de jornais europeus. "Então, devemos cumpri-los."
"A partir de setembro, estou com a mente aberta", disse ele ao Corriere della Sera, El Mundo, Handelsblatt e Les Echos em uma entrevista conjunta.
Os mercados agora esperam mais 65 pontos de aumentos, sugerindo que as altas em junho e julho estão totalmente precificadas e os investidores estão divididos sobre o movimento de setembro.
Knot fez seus comentários logo após o presidente do banco central alemão, Joachim Nagel, ter pedido "vários" aumentos de juros e seu colega francês, François Villeroy de Galhau, ter dito que o BCE deverá finalizar o aperto até o final de setembro.
Ele também rechaçou as expectativas do mercado de cortes de juros no início do próximo ano, argumentando que, uma vez que as taxas atinjam o pico, o BCE terá que se estabilizar por um tempo antes que as pressões inflacionárias sejam erradicadas.
“Se atingirmos o pico dos juros, em algum ponto não muito distante, provavelmente teremos que ficar lá por um período significativo”, disse. "A precificação de mercado dos cortes de juros é excessivamente otimista."
(Reportagem de Alvise Armellini)