Por Toby Sterling
AMSTERDÃ (Reuters) - A TomTom está considerando vender seu negócio de gerenciamento de frota para focar na competição com o Google (NASDAQ:GOOGL) em software de navegação de carro, disse a companhia nesta quinta-feira.
As ações da empresa holandesa subiram 17 por cento, para 7,25 euros, mas isso só recuperou metade da perda de um dia sofrida na semana passada, quando o Google anunciou um acordo de fornecimento de longo alcance com um grupo de montadoras, incluindo Renault, Nissan e Mitsubishi.
A TomTom informou que começou uma revisão estratégica de sua divisão de telemática, que ajuda as empresas a economizar dinheiro usando software para monitorar e melhorar o desempenho de suas frotas de carros e caminhões e foi avaliada por analistas em cerca de 700 milhões de euros.
O presidente-executivo da empresa, Harold Goddijn, disse que a ameaça representada pelo Google não teve nenhum papel na decisão da TomTom e que a empresa quer se concentrar em vender softwares de navegação, tráfego e outros para montadoras.
"Quero focar a empresa unida por trás dessa meta, dar à empresa um perfil mais claro", disse ele à Reuters. "É verdade que hoje é uma jornada mais atribulada, mas é disso que gostamos, é nisso que somos bons."
PERDENDO TERRENO?
Alguns analistas disseram que a TomTom, que é livre de dívidas, mas marginalmente lucrativa, será relegada ao terceiro lugar em seu principal mercado. Eles dizem que ficará atrás do Google e do líder de mercado Here Technologies, que pertence às três maiores montadoras alemãs.
"Esse não é um cenário para o qual estamos planejando", disse Goddijn, acrescentando que as montadoras devem ter cuidado ao se tornarem dependentes do software do Google.
"Estou confiante de que a indústria automobilística vai se reunir e dizer o que está acontecendo aqui. A indústria automobilística é notória por não permitir componentes de fonte única em sua cadeia de desenvolvimento."
Goddijn disse que não poderia comentar sobre como a TomTom usaria lucros de uma venda do setor de telemática, mas uma injeção de dinheiro seria claramente bem-vinda para uma empresa que gasta mais de 100 milhões de euros por ano para manter e desenvolver sua tecnologia de mapeamento.
(Reportagem de Toby Sterling)