O ministro do trabalho, Luiz Marinho, definiu nesta segunda-feira, 26, um eventual aumento da taxa Selic até o fim de 2024 como "grande irresponsabilidade". Mais cedo, em seminário na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ele já tinha defendido combate ao aumento da inflação por meio de aumento da produção e não com alta de juros.
"Eu veria como uma grande preocupação e enxergaria como uma grande irresponsabilidade o Banco Central aumentar os juros. A taxa de juros do Brasil não é só alta. É a segunda mais alta do mundo. Então não há qualquer justificativa para aumentar os juros", disse o ministro a jornalistas. "Aumentar os juros significa sangrar o orçamento público, piorar as contas públicas, não ajudar. Então, muito pelo contrário, nós precisamos rebaixar os juros", continuou.
Emprego
O ministro reiterou que os números do Caged em julho virão "bem", contribuindo para que a geração de vagas formais nos sete meses de 2024 seja melhor do que o total de 2023.
Segundo o ministro, a geração esperada para o ano segue na faixa de 2 milhões de empregos e, para 2025, vai depender justamente da condução do BC.
"Acho que vai depender muito também do comportamento do Banco Central. Aumentando os juros você restringe a ação de emprego, você restringe as atividades econômicas, restringe o investimento. O que o Banco Central tem que ter consciência é disso. O Brasil necessita de continuar investindo", disse.
Maior produção
O ministro defendeu a necessidade de se trabalhar controlando a inflação e reconheceu que a alta nos preços não é boa para ninguém, em especial para os trabalhadores.
"Nós já convivemos com a inflação no passado, absurda, onde você ganhava de manhã e não estava valendo à tarde. Mas não é essa a situação do Brasil. E nós já convivemos com um período do Brasil, também, em que a inflação foi combatida com mais produção. O que se espera do Banco Central, é exatamente essa a orientação, fazer um grande esforço para não aumentar juros, para exatamente favorecer a produção", disse Marinho.
Regulamentação do trabalho por aplicativos
Com relação à regulamentação do trabalho por aplicativo, caso do transporte de passageiros e entregas, Marinho disse que "as coisas estão andando" para um consenso e aprovação ainda este ano, mas que o Congresso só deve tratar desses projetos depois das eleições. "Creio que é possível (aprovar). Acho que você tem mês de novembro inteiro, dezembro. Isso depende da disposição do trabalho dos deputados e senadores."