(Reuters) - Membros do Federal Reserve avaliaram que pausar os aumentos da taxa de juros dos Estados Unidos no mês passado representava pouco risco e muitos benefícios, mostrou a ata da reunião realizada em 29 e 30 de janeiro, dando a eles tempo para compreender os efeitos de uma desaceleração global e das altas de juros do Fed sobre o ímpeto da economia norte-americano.
"Muitos participantes sugeriram que ainda não estava claro quais ajustes à faixa da meta para a taxa de juros pode ser apropriada mais tarde no ano", segundo o registro oficial da última reunião de política do Fed, divulgado nesta quarta-feira. "Diversos participantes argumentaram que aumentos de juros podem se provar necessários apenas se os resultados da inflação forem mais altos do que na perspectiva básica".
O banco central norte-americano pegou os mercados de surpresa no mês passado ao suspender um ciclo de três anos de alta de juros, afirmando que seria mais paciente ao fazer ajustes na faixa da meta para juros de curto prazo, agora entre 2,25 por cento e 2,5 por cento.
O Fed também sinalizou que pode desacelerar ou encerrar reduções no balanço de 4 trilhões de dólares, processo que antes estava em piloto automático.
A decisão surpreendemente moderada ocorreu após crescentes revezes ao crescimento dos EUA, incluindo uma desaceleração nas economias europeias e chinesa e o menor estímulo dos cortes tributários de 2018 nos EUA.
Não foi respondida a questão sobre quanto tempo vai durar a paciência do Fed, e se a próxima medida do banco central seria de afrouxar, em vez de endurecer, a política.
Uma série de membros do Fed que tem dado declarações desde a decisão de janeiro tem insistido que a economia está bem.
Mas dúvidas permanecem, com operadores de contratos futuros de juros dos EUA colocando mais apostas de que o Fed precisará afrouxar a política monetária até o início do próximo ano para combater uma recessão.
(Por Ann Saphir)