SÃO PAULO (Reuters) - As expectativas para a taxa básica de juros subiram tanto para o final deste ano quanto do próximo, em meio a novas elevações nas estimativas para a inflação e piora no cenário econômico, de acordo com a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira.
Os especialistas consultados passaram a ver a Selic a 7,63% no final de 2021 na mediana das projeções e a 7,75% em 2022, contra 7,50% antes para ambos os casos.
O Banco Central volta a se reunir nos dias 21 e 22 de setembro para decidir sobre os juros diante de um pano de fundo de inflação persistentemente alta e fraqueza da atividade econômica.
Nos 12 meses até julho, a inflação acumulou alta de 8,99%, e o levantamento semanal apontou expectativa de avanço do IPCA de 7,58% este ano e 3,98% no próximo. Na semana anterior, as projeções eram de 7,27% e 3,95%.
O cenário inflacionário se complica ainda mais com a implementação da bandeira tarifária "escassez hídrica", que trará aumento adicional de 6,78% na tarifa média dos consumidores regulados.
O centro da meta oficial para a inflação em 2021 é de 3,75% e para 2022 é de 3,50%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Para a economia, as estimativas foram reduzidas para ambos os anos, chegando a um aumento previsto do Produto Interno Bruto de 5,15% em 2021 e 1,93% em 2022, de 5,22% e 2,00% antes. Entre abril e junho, o PIB brasileiro registrou queda de 0,1%, mostrando perda de força depois de uma expansão de 1,2% no primeiro trimestre e abaixo da expectativa de um avanço de 0,2%.
(Por Camila Moreira)