SÃO PAULO (Reuters) - O mercado piorou pela décima semana seguida a expectativa para a economia brasileira, passando a ver uma contração de quase 3% este ano, ao mesmo tempo em que voltou a reduzir a perspectiva para a taxa básica de juros.
A pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira mostrou que, em meio às consequências das paralisações provocadas pelo coronavírus, a expectativa agora é de contração de 2,96% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, contra queda de 1,96% na pesquisa anterior. Para 2021, entretanto, a projeção melhorou em 0,4 ponto percentual, para expansão de 3,10%.
O cenário para a indústria voltou a piorar, com os economistas consultados prevendo retração de 2,25% na produção em 2020, de queda de 1,42% na semana anterior. Para o ano que vem, a expectativa agora é de que a produção industrial deve crescer 2,90%, ante estimativa anterior de 2,95%.
A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que a taxa básica de juros deve terminar 2020 a 3%, uma queda de 0,25 ponto percentual em relação ao levantamento anterior, indo a 4,50% ao fim de 2021.
O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, vê a Selic ainda mais baixa, reduzindo sua projeção a 2,50% este ano, de 2,75% antes. A mediana das projeções aponta ainda que a taxa terminará 2021 a 3,88%, de 4% na pesquisa anterior.
O levantamento mostrou também que a expectativa para a alta do IPCA passou a 2,23% este ano e a 3,40% no próximo, de respectivamente 2,52% e 3,50% antes.
O centro da meta oficial é de 4% em 2020 e de 3,75% em 2021, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Já o dólar foi estimado em 4,80 reais ao final de 2020, de 4,60 reais na semana anterior, indo a 4,50 reais em 2021, de 4,47 reais antes.
(Por Camila Moreira)