Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - A perspectiva do mercado para a taxa básica de juros em 2019 foi reduzida pela terceira semana seguida, em um cenário de inflação contida e depois que o Banco Central jogou para um futuro indeterminado eventual início de aperto monetário.
Os economistas consultados na pesquisa Focus do BC divulgada nesta segunda-feira passaram a ver a Selic a 7 por cento no final deste ano, de 7,13 por cento na mediana das projeções do levantamento anterior. Para 2020, a perspectiva continua sendo de taxa básica de juros terminando o ano a 8 por cento.
Já o Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, ainda vê que a Selic permanecerá em piso histórico de 6,5 por cento --patamar em que se encontra atualmente-- ao longo de 2019.
O BC deixou de mencionar a possibilidade de um eventual início de aperto nos juros, jogando para um futuro indeterminado uma alta da Selic ao traçar um quadro favorável para a inflação, embora ainda alerte que os riscos altistas para o IPCA seguem no radar.[nL1N1YN0D7][nL1N1YP0S5]
O Focus mostrou ainda que os economistas veem que o IPCA terminou 2018 com alta de 3,69 por cento, sem alterar sua projeção. Para 2019 também permanece o cálculo de inflação de 4,01 por cento.
O centro da meta oficial de 2018 é de 4,50 por cento e, para 2019, de 4,25 por cento. A margem de tolerância para ambos os anos é de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a pesquisa semanal com uma centena de economistas mostra que o crescimento no ano passado continuou sendo calculado em 1,30 por cento, mas para este ano houve uma redução de 0,02 ponto percentual na conta, a 2,53 por cento.